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O calor e o tempo seco são causas naturais de incêndios no Brasil e estão sendo combatidos na medida do possível pelos órgãos responsáveis. Até ai, trata-se de um fenômeno relativamente natural – piorado pelas mudanças climáticas causadas pelo homem – e por isso meio que o aceitamos. Por outro lado, existem os incêndios de natureza criminosa. Totalmente inaceitáveis. Dezesseis Unidades de Conservação no Mato Grosso já sofreram com incêndios nos últimos 10 meses, e a maioria dos incêndios foi criminosa, de acordo com os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Neste mês foram registradas queimadas em dois parques localizados em Cuiabá: Zé Bolo Flô, no Coxipó, e Massairo Okamura, próximo ao Centro Político Administrativo. Neste último, quase dois hectares foram consumidos pelo fogo, de acordo com o estado.
O coordenador do Sema, Alexandre Batistella, proclama a população a colaborar com o órgão ambiental e denunciar a ação criminosa de bandidos que iniciam as queimadas, à segurança local, em caso de perceber algum tipo de ação suspeita nas áreas de preservação ambiental.
Além das perdas para o meio ambiente, os incêndios causam gastos para o estado por conta dos deslocamentos do Corpo de Bombeiros, gastos pagos pelo povo de Mato Grosso. “Além de degradar uma área de lazer, o fogo traz risco à saúde de quem frequenta o local em busca de descanso ou atividade física”, comenta Alexandre.
De acordo com o Sema, apesar do fim do período proibitivo das queimadas nas zonas rurais, o ato é considerado crime durante todo o ano nas áreas urbanas, passível de prisão por período que varia de seis meses a quatro anos, além de multa de aproximadamente R$ 5 mil por hectare.
Às vezes é até natural que uma floresta pegue fogo e depois surgir nova e purificada, um ato dos vários ciclos da natureza estudados pela humanidade.
No entanto, o incêndio criminoso às vezes sujeita o meio ambiente a degradações irreversíveis, ou seja, muitas queimadas acabam com um espaço de verde que nunca mais conseguirá se recuperar. Muitas das áreas são estratégicas por conta de sua grande biodiversidade e as perdas são terríveis.
“Nessas áreas, temos um depósito de vida, de elementos que podem ser usados para criação de medicamentos, geração de estruturas, e tudo isso é perdido, consumido pelo fogo. Sem contar os danos à saúde. No grande incêndio que ouve na gruta da Lagoa Azul, a população das comunidades de Bom Jardim e Roda D’Água ficaram debaixo de fumaça por cinco dias”, disse Alexandre.
O balanço de janeiro até outubro das Unidades de Conservação mostrou que outras áreas do interior foram alvo de incêndios criminosos.
São elas: Serra de Santa Barbara, localizado entre as cidades de Porto Esperidião e Pontes e Lacerda (450 e 469 km de Cuiabá); Serra de Ricardo Franco, em Vila Bela da Santíssima Trindade (521,7 km da capital); Gruta da Lagoa Azul, em Nobres (124 km de Cuiabá), que queimou 25% de sua área; Araguaia, em Novo Santo Antônio (941,8 km da capital); Cristalino, situado entre os municípios de Alta Floresta, Guarantã do Norte e Novo Mundo, (todos a 800 km da capital); Águas de Cuiabá, em Nobres (125 km da capital); Encontro das Águas, entre Poconé e Barão de Melgaço (a quase 130 km da capital).
E das Áreas de Proteção Ambiental (APA) estão na lista de atingidos as Cabeceiras do Rio Cuiabá, entre Rosário Oeste, Nobres, Nova Brasilândia (cerca de 200 km da capital); Salto Magessi, no rio Teles Pires, entre as cidades de Sorriso e Santa Rita do Trivelato (390 km da capital); Chapada dos Guimarães, que queimou 11,4%, (a 64 da capital); e as Nascentes do Paraguai, onde o fogo atingiu 8,4% da área, entre os municípios de Alto Paraguai e Diamantino (190 km da capital) também foram alvos de incêndios. A única Reserva Extrativista que entrou na lista foi a da Guariba Roosevelt, situado em Colniza (1.065 km de Cuiabá).
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Fonte foto: fotospublicas.com
Categorias: Ambiente, Informar-se
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