Muito calor fora de época no Sudeste e no Sul do país


Os dois últimos verões deu aos moradores das regiões Sudeste e Sul um calor que poucas vezes se viu. Alguns até brincaram com o calor atípico de cidades como Porto Alegre. E neste primeiro semestre o calor também não deu trégua. Foi intenso e, segundo análise inédita, o mais forte dos últimos 50 anos.

O calor fora de época ocorreu entre os meses de janeiro a julho, com poucas semanas justificando as estações de frio, que se estendem entre os meses de abril a setembro. Isso significa que o fenômeno em curso é mais duradouro e complexo do que o El Niño. Ou seja, os cientistas não acreditam que se trate de um fenômeno passageiro, mas sim de pura e completa mudança climática, indicando um inverno com cara de verão daqui para frente e verão com cara de forno, literalmente.

O climatologista José Marengo aponta que o inverno deste ano representa a tendência de aquecimento registrado desde os anos 60.

Ainda não é possível afirmar categoricamente se o aumento de temperatura é, exclusivamente, por causa das ações humanas. O aquecimento dos mares também podem ajudar a entender essa tendência de calor fora de época, mas sem descartar o aumento de concentração de CO2 e outros gases estufa na atmosfera graças as ações humanas.

Marengo diz que o Sul e o Sudeste teve mínimas de 3 a 4 graus Celsius maiores do que normalmente são registradas no mês de julho. Um aumento muito alto. E assim deverá continuar, com dias e noites mais quentes nos próximos meses.

Mesmo não podendo afirmar com convicção de que se trata de mudança climática, esses indícios estudados e previstos anos atrás pelos cientistas especializados na área, inclusive estudos já ignorando o El Niño.

Os mais céticos, que ainda insistem em não acreditar em aquecimento global e mudanças climáticas, citam os (poucos) dias frios que tivemos como forma de balancear. Marengo explica que a mudança não impede que dias frios, ou até gelados, ocorram. A questão maior mesmo é o desequilíbrio.

Um outro exemplo de desequilíbrio causado pelas mudanças é a chuva. O Brasil vive momento de estiagem, porém, isso não significa que a chuva não retornará, apenas que deve cair de maneira desordenada, em poucos dias e em grandes tempestades.

Prova disso são os meses de agosto e setembro em São Paulo. Agosto caminhava para se tornar o mais seco das últimas décadas, até que na última semana do mês, em apenas dois dias, choveu 60% do esperado para agosto inteiro. E agora setembro, que ainda está na metade e já é o mais chuvoso dos últimos 50 anos e deve parar por ai, pois os meteorologistas preveem o restante de setembro quente e seco.

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Fonte foto: fotospublicas.com




Redação greenMe

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