O lago Karachai, nos Montes Urais, Rússia, é um pequeno lago que foi usado como local para depósito de resíduos radioativos das minas de urânio de Mayak, desde 1951, uma época em que, na Rússia, não se pensava que a contaminação poderia se estender para além dos limites físicos do lago, 15 km2 e, em 1968, uma estiagem séria, com ventos fortes, espalhou a poeira radioativa por uma extensa área contaminando meio milhão de pessoas.
Em 1978 e 1986, numa tentativa de se evitar o deslocamento dos sedimentos radioativos, o lago foi preenchido com mais de 10 mil blocos de concreto oco, acreditando-se que esta seria uma solução para o grave problema anteriormente criado pela ação do homem.
Este é mais um dos casos, vários no mundo, de contaminação ambiental por falta de previsão e aplicação de tecnologia apropriada.
Mas, quando se geram resíduos altamente contaminantes pela atividade industrial humana, guardá-los de forma segura é sempre uma solução instável.
O resultado dessa ação foi a destruição de inúmeras cidades no entorno do lago assim como a contaminação de todas as terras, antes agricultáveis, da região pois, apesar das águas do lago Karachai estarem bloqueadas, na superfície, por barreiras construídas para este fim, percolavam, com toda sua radioatividade, para o subsolo.
Hoje o Lago Karachai, considerado o mais poluído do mundo, emite radiação de 600 röntgens por hora, quantidade capaz de matar uma pessoa em apenas 1 hora. E ainda existe a possibilidade da situação piorar caso as barragens que limitam as águas, venham a romper. Nesse caso, hipotético por enquanto, poderia ocorrer a contaminação dos rios que levam ao Mar Cáspio, um mar interior que banha vários países.
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Fonte foto: geologo.com.br
Categorias: Ambiente, Informar-se
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