O incêndio começou há cinco dias atrás, mas somente agora as chamas começam a diminuir. O local é a cidade de Santos, litoral paulista, e uma área industrial da empresa Ultracargo, atingida pelo fogo que começou na quarta-feira, dia 2, e alcançou vários tanques de gasolina e álcool, seis ao todo, e claro, aumentaram em muito a gravidade do incêndio. Mais de 100 bombeiros lutam para dar um fim ao desastre, em condições em que a temperatura local chega a 800°C e já tendo utilizado mais de cinco bilhões de litros de água do mar.
Além das questões óbvias que implicam um desastre dessa natureza, existem também os efeitos colaterais que o cercam. Dois mais específicos: os moradores de bairros vizinhos e os peixes dos rios mais próximos.
Com a fuligem carregada pelo vento e a falta de informações sobre o incêndio, cuja previsão inicial dos bombeiros para o seu fim, de até quatro dias, não se confirmou e não há novas previsões, as pessoas estão arrumando as malas e indo para casa de parentes, afim de se prevenir de alguma possível catástrofe.
No caso dos peixes, infelizmente, milhares morreram em rios próximos as comunidades em Santos e na cidade de Cubatão. A Companhia Ambiental Paulista (Cetesb), recomendou aos moradores que interrompam a pesca até segunda ordem.
O cheiro dos animais em decomposição também invade as casas dos moradores e força a saída de muitos, mas existem muitos que não têm lugar para onde ir. A solução é esperar as providências da prefeitura, que já mobilizou funcionários e caminhões para retirada dos peixes mortos.
A Defesa Civil do Estado de São Paulo informou ter um plano de retirada das famílias na região, totalizando cinco mil pessoas deslocadas para outras áreas.
No que tange aos peixes e o meio ambiente, um laudo feito pela própria Ultracargo e enviado a Cetesb, relata que as mortes acontecem devido aos baixos níveis de oxigenação e a temperatura elevada.
De acordo com o gerente da Cetesb na Baixada Santista, César Eduardo Padovan Valente, o combate ao incêndio mudou drasticamente a qualidade da água local. As razões para que isso aconteça é o fato do sistema de escoamento da água usada para conter as chamas é despejada, já contaminada após contato com os combustíveis, no Canal do Estuário.
Não bastassem os problemas para a população e a morte aos milhares dos peixes, a fumaça tóxica também preocupa bastante, porém, um equipamento do Exército para medir as partículas suspensas no ar, indicou que somente as pessoas e a mata próximas do incêndio, como os bombeiros, carecem de maiores cuidados, mas locais mais distantes já recebem a fumaça mais deteriorada.
A Cetesb também informou que somente após o fim das chamas, as análises sobre os impactos no meio ambiente poderão ser feitas.
Fonte foto: fotospublicas.com
Categorias: Ambiente, Informar-se
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