Ontem celebramos o preocupados com a informação que a Organização das Nações Unidas divulgou e que não é nenhum motivo de comemoração. O novo relatório da entidade afirma que, se a situação não mudar, as reservas de água do planeta inteiro devem encolher em 40% até o ano de 2030.
O relatório traz o alerta na tentativa de enfatizar a importância de realizar uma melhor gestão dos recursos hídricos para garantir o abastecimento da população, principalmente em países que possuem abundância de água, mas que, ainda assim, conseguem sofrer com a escassez, como é o caso do Brasil.
É o que aponta o documento, elaborado pela agência da ONU para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, que conclui sobre o alto grau de estresse ambiental enfrentado pelo Brasil, que coloca seus reservas hídricas nessa situação ao mudar o curso de rios para a construção de represas ou usinas hidrelétricas. O estudo sobre as mudanças nos fluxos naturais foi feito entre os anos de 1981 e 2010, mas só concluída em 2014 e divulgada agora em março de 2015.
Os problemas oriundos do desvio não-natural dos aquíferos nacionais não implicam “apenas” na falta de água nas torneiras dos brasileiros, mas também na degradação sistemática dos ecossistemas, graças ao aumento de espécies invasoras e do risco de assoreamento.
O documento aponta que 20% do mananciais mundiais já sofrem exploração excessiva, resultando em consequências graves no presente, como uma parte do Brasil sempre soube (Nordeste) e a outra está descobrindo agora (Sudeste), e maiores consequências nos próximos anos, como a invasão de água salgada nos reservatórios – no auge da crise hídrica, alguns habitantes do Rio de Janeiro reclamaram que a água das torneiras estava muito salgada – e a erosão do solo.
Como sugestões para tentar melhorar a situação, a ONU aponta quatro tópicos para serem seguidos pelos países:
– É preciso conhecer seus recursos hídricos, melhorar o monitoramento para saber de onde vem a água, qual é a sua qualidade e como realizar uma distrubuição melhor;
– Definir estratégias para o futuro, com a previsão de cenários em torno da distribuição;
– Integrar as decisões dos setores de energia, agricultura e recursos hídricos para que as ações atendam a todas as áreas e sejam feitas de forma sustentável;
– Promover a boa governança: as decisões em torno da água precisam ser transparentes e devem ter a participação da sociedade civil, para que a população se sinta obrigada a colaborar para atingir a sustentabilidade.
A ONU acredita que, se as medidas forem implantadas, por exemplo, no Brasil, ajudará a reduzir em muito o problema da falta de água atual, mas também alerta a respeito das nações que se julgam “invulneráveis” por causa da alta oferta de água doce que possuem.
Por último, o relatório aponta também a triste situação de 748 milhões de pessoas no mundo que não têm acesso à fontes de água potável.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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