11 de marco de 2011, 14:46 horas: no Japão, a terra treme. Um terremoto de magnitude 9 graus, com epicentro no mar, provoca um tsunami violento, com ondas de até 40 metros, que atingiram as costas das ilhas japonesas. As águas também afetaram a central nuclear de Fukushima que desde então se tornou sinônimo de medo, perigo e poluição. Quatro anos se passaram desde aquele dia terrível.
Hoje a conta dos danos causados pelo desastre ainda não acabou. A tragédia deixou cicatrizes visíveis na paisagem e continua semeando a miséria. Muitas foram as cerimônias que aconteceram em várias cidades da área afetada pelo desastre e, em Tóquio, o imperador Akihito e a imperatriz Michiko, fizeram suas homenagens aos mortos do pior desastre que aconteceu no Japão em tempos de paz.
Um minuto de silêncio seguido pelas sirenes nacionais que lamentavam o momento exato do terremoto submarino. A força da natureza foi desencadeada no Japão, há quatro anos, espalhando morte e destruição. Segundo o governo, os deslocados são quase 230 mil, dos quais, 80 mil vivem em abrigos temporários por causa do desastre nuclear que continua a estar no centro dos debates nacionais do Japão.
A usina nuclear ainda é instável e o seu complicado processo de desativação, ainda pode durar décadas. Imagens da televisão mostraram parentes das vítimas e voluntários orando com as mãos unidas, perto de um dos edifícios destruídos pelo tsunami, na cidade portuária de Minamisanriku.
E os medos relacionados ao efeito dos vazamentos radioativos sobre a saúde, são o pesadelo de muitos. Greenpeace diz que a monitoração da radioatividade realizada pela ONG mostrou que “59% das amostras colhidas em áreas oficialmente “descontaminadas” ainda estavam acima do limite da contaminação radioativa, com os mais altos níveis detectados longe das ruas. O trabalho de descontaminação essencialmente serviu apenas para “deslocar o problema”, mas não para se livrar dele. Atualmente, 120.000 pessoas ainda não retornaram para suas casas e o processo de descontaminação parece não ter fim. As colinas, montanhas e florestas da província de Fukushima estão fortemente contaminadas. O material radioativo acaba sendo levado pelos riachos alcançando também áreas previamente descontaminadas, recontaminando-as”.
Depois do desastre, todos os reatores nucleares do país foram gradualmente extintos, mas infelizmente, às vezes a memória muito curta é feita pelos interesses econômicos. Não foram suficientes as 15.700 mortes causadas pelo tsunami para deixar claro ao governo que incidentes envolvendo instalações nucleares, podem ter sérias consequências para a saúde e o meio ambiente.
Enquanto a população tenta retomar sua vida, não acaba o interesse do governo pela energia nuclear. Até agora existem quatro reatores que receberam luz verde para a sua construção. Apesar das promessas do governo em dar centenas de bilhões de ienes para ajudar na reconstrução das áreas afetadas, os progressos na região do desastre são muito lentos. Muitas são as cidades fantasmas, e existem milhares de refugiados.
Enquanto estamos de luto pelos mortos, a ameaça do átomo retorna.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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