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Você sabia que o aquecimento global afeta diversos invertebrados marinhos? Entenda como esse fenômeno ocorre, sobretudo com os ouriços-do-mar.
Decorrido das alterações climáticas do globo nas últimas décadas, o aquecimento global é uma grave consequência das desmedidas atitudes do ser humano. Nos últimos anos, estima-se que a temperatura média do planeta tenha crescido em torno de 0,6°C, aproximadamente. Em princípio, esse dado pode parecer não muito significativo, mas, causa, segundo cientistas e especialistas na área, danos suficientes para que haja uma alteração considerável na biodiversidade de determinadas regiões do globo.
Diante desse quadro, a pesquisadora Paola Branco analisou e levantou importantes dados sobre as causas e consequências do aquecimento global na resposta imune natural dos invertebrados marinhos, principalmente os ouriços-do-mar. Sua pesquisa, e também tese que foi defendida no doutorado do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, revelou grandes descobertas quanto aos prejuízos ocasionados nesses seres aquáticos.
Para tal, Branco submeteu à sua pesquisa uma espécie antártica e duas espécies tropicais (verde e pindá) de ouriços-do-mar, dando foco a uma característica específica destes animais: sua baixa capacidade de locomoção. A escolha se sucedeu porque, segundo a pesquisadora, as variações de temperatura, por conseguinte ambientais, poderão ser melhor apresentadas nessas espécies, por conta de sua baixa locomoção.
Escolhidos os ouriços-do-mar, descobriu-se que a espécie antártica demonstrou um aumento na sua fagocitose (mecanismo de defesa) quando submetida às altas temperaturas (que variavam entre 0°C a 4°C). Já as espécies tropicais apresentaram respostas diferentes entre elas. Enquanto o ouriço-do-mar verde manifestou uma sensibilidade mais aguçada quando exposto às variações térmicas, o ouriço-do-mar pindá demonstrou uma atividade menos sensível ao estresse térmico (variante entre 20°C a 30°C).
O resultado obtido com a pesquisa constatou que os ouriços-do-mar tendem a aumentar sua capacidade de fagocitose. Entretanto, há uma diferença: de acordo com a pesquisadora, enquanto na espécie antártica descobriu-se um crescimento na fagocitose quando exposta a curtos períodos de elevações térmicas, nas tropicais houve uma manifestação e aumento dos esferulócitos vermelhos (células que possuem substâncias bactericidas e que podem ajudar o organismo a se defender de prováveis infecções) no líquido celomático quando expostos a períodos mais longos de variações térmicas.
A partir do experimento podemos perceber como a ação humana muda, de forma permanente, todos os aspectos do meio ambiente, desde o aquecimento atmosférico, até a vida dos menores seres vivos.
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Fonte foto: wikipedia.org
Categorias: Ambiente, Informar-se
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