O novo Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, que tomou posse ontem (1º), foi relator do projeto do novo Código Florestal (que ), quando exercia mandato de deputado federal (PCdoB-SP). Além disso, Aldo também se envolveu em polêmica na qual negou que o aquecimento global seja causado pelo homem, afirmando que “tal cientificismo tem por trás o controle dos padrões de consumo dos países pobres”.
Tal afirmação foi feita por Aldo Rebelo numa , escrita em 2010 e endereçada a Marcio Santilli, presidente do Instituto Socioambiental, em resposta ao , no qual Marcio acusou o Ministro de se alinhar com os “céticos climáticos”, acrescentando: “É um tapa na cara dos inúmeros pesquisadores brasileiros que integram o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU, e de todos os nossos negociadores nos foros internacionais. O grau de mais de 95% de certeza científica sobre a origem antrópica da excessiva concentração de gases causadores do efeito estufa deveria ser considerado como um dado, e não como uma suspeita, por qualquer legislador atinente ao conhecimento contemporâneo.”
Em sua resposta, Aldo Rebelo ainda escreveu que tal “cientificismo positivista” não faria com que ele se convertesse “à doutrina de fé que é a teoria do aquecimento global, ela sim incompatível com o conhecimento contemporâneo”, dando a entender que a preocupação da comunidade internacional em reduzir os fatores antropogênicos que estão causando o aquecimento global seriam, na realidade, “manobras para estocagem dos nossos recursos naturais com vistas à melhor remuneração da produção agrícola dos países desenvolvidos. Ao contrário do que pensam os que mudaram muito mais do que mudou o mundo, o chamado movimento ambientalista internacional nada mais é, em sua essência geopolítica, que uma cabeça de ponte do imperialismo.”
Coincidentemente ou não, o Ministério da Ciência, Tecnolocia e Inovação (MCTI) é o órgão responsável por apresentar os relatórios brasileiros ao IPCC, que monitora o aquecimento global. Em resposta à nomeação do Ministro, o físico Paulo Artaxo (professor da Universidade de São Paulo e membro da Academia Brasileira de Ciências e do IPCC), manifestou considerar a escolha “preocupante”, pois “Obviamente o novo ministro não tem qualquer afinidade com a área, nem conhecimento de sua complexidade”, disse Artaxo, conforme publicado pela Folha. E ainda: “É lamentável o critério que levou a essa escolha para um cargo de importância estratégica.”
Só nos resta esperar que, caso o Ministro ainda mantenha esse ponto de vista, ele não seja representativo do governo, uma vez que neste ano se realizará a COP21, em Paris, quando se espera que que a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática supere as diferenças entre países e desenvolvidos e em desenvolvimento e finalmente chegue a um efetivo acordo sobre o clima, que permita . Caso contrário as consequências poderão ser severas, especialmente para as populações mais pobres nas regiões afetadas.
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Fonte imagens: Wilson Dias/ABr via Wikimedia Commons e twitter
Categorias: Ambiente, Informar-se
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