COP20 e o aquecimento global: esperança ou catástrofe?


Reunião anual acontece em Lima, no Peru, e tem a ambiciosa meta de que todos os participantes especifiquem quais serão suas ações para conter a mudança climática.

Resultados de estudos indicam que a incapacidade política de reduzir o aquecimento global pode levar a resultados catastróficos.

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) foi assinada em 1994 visando à redução de GEE (gases causadores de efeito estufa) e já foi ratificada por 195 países, os quais se reúnem uma vez por ano no evento conhecido como COP, que quer dizer Conferência das Partes, na sigla em inglês, e é o órgão supremo da Convenção.

Nas 19 edições anteriores da COP, contudo, a reunião esbarrou em conflitos de interesses das partes, temendo eventuais prejuízos econômicos, caso assumissem compromissos com a redução de gases de efeito estufa.

Desta vez, embalados pelo otimismo causado pelo fato de que os dois maiores poluidores do mundo, EUA e China, pela primeira vez assumiram compromissos de redução de GEE, a meta da COP20 é de que, pela primeira vez, cada país se responsabilize em algum nível a reduzir a emissão de GEE, tendo em consideração as prioridades de cada país e região em termos de desenvolvimento, conforme os objetivos e as circunstâncias de cada um.

Dentro da comunidade científica, entretanto, há o temor de que já seja tarde demais para evitar severas consequências. Considerando que não há compromissos rígidos, não se acredita que as reduções planejadas sejam suficientes para conter suficientemente o aquecimento global, que já é de 0,85°C em comparação com o ano de 1880.

Os modelos indicam que para se conter o aquecimento a 2°C até o fim deste século, deveríamos atingir o pico de emissão de GEE em no máximo 10 anos. Contudo, isso não é provável, diante da relutância de grandes poluidores como a China, que pretende reduzir suas emissões a partir de 2030, e da Índia, a partir de 2040.

Caso não se atinja o pico de emissão de GEE nos próximos 10 anos, os modelos indicam um aquecimento entre 2,25 e 5,5°C até o fim deste século. Por isso se considera que nossa capacidade de cortar emissões fará a diferença entre um planeta desconfortável ou inabitável.

No , vivemos a maior seca dos últimos 80 anos, estimando-se que as perdas da agricultura no sudeste sejam as maiores dos últimos 50 anos, e não se sabe exatamente quais seriam as consequências da intensificação da mudança climática em nosso país.

Nações insulares, de baixa altitude, como as Ilhas Marshall, já estão vivendo as consequências do aumento no nível do mar, como a salinização de suas fontes de água doce e de solos outrora férteis. Não é à toa que alguns desses países já estão “fazendo as malas”, considerando que a inundação de seus territórios será difícil de evitar.

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Redação greenMe

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