O craqueamento catalítico é um processo feito em refinarias de petróleo, responsável por alto consumo de água. Essa etapa visa ampliar rendimento de gasolina e GLP – gás liquefeito de petróleo.
Por ter alta concentração de contaminantes tóxicos, como fenóis, gases sulfídrico e cianídrico, além de amônia, hidrocarbonetos e mercaptanos, esse resíduo industrial – chamado oportunamente de “água ácida” – não pode ser destinado diretamente para tratamento e, desse modo, deve ser estocado pelas refinarias para a remoção de alguns elementos, como a amônia e sulfetos, antes de descarte seguro. Caso contrário, se a água for emitida para lagoas de tratamento, os problemas ambientais serão inacreditáveis.
Pesquisadores da Unifesp e do Centro de Capacitação e Pesquisa em Meio Ambiente encontraram uma solução mais simples e prática para o tratamento de tais resíduos: trata-se de duas bactérias, a Achromobacter sp. e a Pandoraea sp., que reduzem facilmente a contaminação dessa chamada “água ácida”, levando-a a níveis bastante aceitáveis, permitindo que sejam reutilizadas em refinarias ou lançá-las no ambiente, de forma segura. A conclusão das pesquisas é a de que as bactérias foram responsáveis pela remoção de 100% dos elementos contaminantes do líquido.
A descoberta de ambas as bactérias se deu de forma casual, em um trabalho na Cidade de Cubatão, em São Paulo, perto de uma refinaria Petrobrás.
Na ocasião, foi deixada exposta uma solução de fenol em um espaço ao ar livre. Em alguns dias, esse material ficou turvo, ou seja, com crescimento celular, e se concluiu que só poderiam ser microrganismos se desenvolvendo.
E mais, para tornar incolor a “água ácida” tratada com as bactérias, foi utilizada uma concentração de 6 gramas por litro de carvão ativado, como o utilizado em filtros de água domésticos.
Os resultados da análise foram publicados na Revista Current Proteomics.
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Fonte foto: fapesp.br
Categorias: Ambiente, Informar-se
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