Barcos monstros, meganavios que esvaziam os oceanos e difundem a sobrepesca. O Greenpeace identificou vinte deles, e entre os mais destrutivos da frota europeia estão: cinco espanhóis, cinco holandeses, dois alemães e outros de países como Lituânia, França, Portugal, Suíça, Dinamarca, Inglaterra e Polônia. Da Europa, estes navios transportam a pesca intensiva nos mares e oceanos do mundo.
A organização ambiental faz a denuncia através de seu novo relatório intitulado “Monster Boats: The Scourge of the Ocean”. Os meganavios que utilizam métodos de pesca destrutivos e sistemas de agregação de peixes, que são responsáveis pela captura acidental de milhares de tubarões, arraias e tartarugas, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
O Greenpeace acusa estas empresas de burlarem leis usando artifícios que permitam extrapolar na medida pesqueira, incorrendo em verdadeiro crime.
Este é um dos principais dados referentes à pesca excessiva e ao esvaziamento literal dos mares. Apenas um destes meganavios é capaz de capturar mais de 2.000 toneladas de atum, em uma única pesca.
Os últimos dados da FAO apontam que 90% dos estoques pesqueiros mundiais estão totalmente sobre-explorados. A pesca excessiva ameaça até o Mediterrâneo, onde 96% das espécies do fundo do mar estão sujeitas à sobrepesca. As consequências ambientais do excesso de pesca são alarmantes. A pesca excessiva põe em perigo os ecossistemas dos mares e oceanos.
“Há alguns barões da pesca industrial enriquecendo de forma imprudente, através da exploração de nossos mares, sem respeito ao meio ambiente e às pessoas que dependem desses recursos. Eles fazem isso usando truques para aumentar o seu acesso às zonas de pesca ou que burlem as normas e regulamentos existentes, alteram a identidade ou a bandeira de seus navios, possuem empresas de fachada ou paraísos fiscais “- disse Serena Maso, militante do oceano para o Greenpeace Itália.
Segundo o Greenpeace, os governos europeus não podem mais fechar os olhos para a pesca excessiva.
“Os consumidores não percebem que comprar uma lata de atum capturado por estes meganavios estão involuntariamente contribuindo para esvaziar nossos oceanos. É o momento das empresas que produzem conservas de atum, escolherem melhor os seus fornecedores, com base em métodos sustentáveis de pesca, abandonando aqueles destrutivos. Se os governos não se moverem, o mercado pode mudar o que está acontecendo com os nossos mares.”, disse Maso.
O Greenpeace apela aos governos para eliminar o excesso de capacidade de pesca e dar acesso preferencial aos pescadores artesanais, que têm um baixo impacto sobre o meio ambiente, colocando em prática uma política sustentável para a atividade pesqueira.
Veja aqui a íntegra do relatório “Monster Boats” do Greenpeace.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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