Após exaustivas pesquisas que consumiram cerca de dois anos de trabalho, o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), no Rio Grande do Norte, atingiu a conclusão da fase de testes e implantação do Projeto de Dessalinização Solar.
Esse trabalho é de importância tal, sobretudo se contarmos que, no contexto do semiárido nordestino – assolado por secas históricas – que conta com grandes quantidades de água salgada subterrânea, esse equipamento poderá utilizar a água do mar e torná-la potável.
Traduzindo-se em números: 1000 ml de água do mar contém 2000 mg de cloreto de sódio, mas após a dessalinização chega a 41 mg/l, ou seja, patamares absolutamente inferiores aos 250 mg/l permitidos pela legislação.
O Projeto de Dessalinização foi uma parceria entre CTGAS-ER e o instituto Agroscience, que doou o dessalinizador aos potiguares. Com sede na Alemanha, o Agroscience vem desenvolvendo estudos e pesquisas na área, desde 1996. É reconhecido mundialmente pelos seus programas de parceria com instituições ao redor do mundo.
O dessalinizador funciona da seguinte forma: através da energia solar, contém dois circuitos de água: um fechado, com água limpa, que é aquecida pelos painéis solares e o segundo aberto, com a água a sofrer dessalinização. Assim, a água já aquecida, presente no primeiro circuito, aquece o conteúdo do segundo e causa a evaporação da água salgada.
Os experimentos devem continuar, com testes em outros tipos de água; no fim do processo, há a possibilidade de se oferecer os resultados da pesquisa ao poder público, minimizando as secas, cada vez mais constantes não só no Nordeste brasileiro, mas agora também no Sudeste – vide o caso de São Paulo.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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