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Continuando com a parte 1 desta matéria, , acrescentamos alguns detalhes sobre o impactante relatório, feito em conjunto entre a PNUMA (ONU) e a INTERPOL. A seguir vamos abordar mais alguns detalhes desse texto que é uma mensagem que alarma ao revelar os absurdos cometidos contra a natureza, com o objetivo de angariar dinheiro e poder – financiando até mesmo o crime organizado.
O comércio ilegal de fauna e flora – desconsiderando a madeira e a pesca ilegais – teve seu valor estimado por fontes diferentes, cujas conclusões chegaram a números entre US$ 7 e US$ 23 bilhões – R$ 15 e R$ 48 bilhões – por ano.
O comércio envolve desde insetos e répteis, até peixes e mamíferos, passando por anfíbios; contemplando exemplares tanto vivos quanto mortos, para os mais diferentes fins, desde fazer parte de coleções, até a fabricação de produtos – para a indústria farmacêutica, alimentícia, veterinária, de decoração e médica. Seu valor não é relevante apenas no mercado negro, mas impacta até mesmo a economias nacionais.
* Anualmente, o número de elefantes mortos em território africano, oscila entre 20 e 25 mil exemplares, em uma população total entre 420 a 650 mil animais. Para um elefante de floresta, a população restante é de 62%, em uma queda registrada entre 2002 e 2011. O marfim africano representa o produto final de um triste comércio, que, na Ásia assume valores astronômicos, de quase R$ 300 milhões de reais – isso sem contar com as próprias fontes asiáticas do material;
* 94 % da caça a rinocerontes acontece no Zimbábue e na África do Sul, os locais do planeta com maior número desses animais;
* Com os macacos a situação não é diferente e o “mercado” só dá sinais de crescimento: entre 2005 e 2011, estima-se que pelo menos 643 chimpanzés, 48 bonobos, 98 gorilas e 1.019 orangotangos sumiram, por conta de atividades ilegais. Entretanto, os números reais podem dar conta de que mais de 22 mil macacos de grande porte tenham desaparecido, na mesma época.
Esse comércio violento tem seus lucros ligados ao financiamento de ações de milícias na República Democrática do Congo e na República Centro-Africana. Além de gangues que operam no Sudão, no Chade e em Níger.
O relatório “A Crise do Crime Ambiental” aponta, em resumo, que são necessárias, ao menos 12 medidas específicas, para que esse tipo de atividade criminosa não se perpetue. As principais são:
* Reconhecer as múltiplas dimensões do crime ambiental e seu impacto profundo nas metas de proteção ao meio ambiente e à sustentabilidade e, após levantar os dados, divulgar massivamente todas as informações, pelo mundo;
* Implementar uma associação entre a ONU e governos nacionais, a fim de promover uma regulação mais severa sobre tal comércio, bem como suavização da miséria e suporte ao desenvolvimento de nações pobres;
* Reconhecer PNUMA como a autoridade ambiental global a divulgar os riscos ambientais e como organização de coordenação de mecanismos de coleta de dados e de solução de questões ambientais;
* Endurecer as sanções contra criminosos, bem como pressionar para mudanças nas legislações, tanto nacionais quanto universais sobre o tema;
* Criar campanhas de alerta a consumidores finais de produtos oriundos da ilegalidade.
Esperamos, sinceramente, que a ONU tenha mais força, nesta questão, e consiga reverter esse quadro de horror, praticado contra a nossa casa – o planeta Terra – e nosso próximo – a vida animal e vegetal.
Para ler o relatório completo, clique aqui.
Fonte: unep.org
Categorias: Ambiente, Informar-se
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