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A Organização Mundial de Saúde – OMS – liberou ontem, o resultado de um levantamento extenso, a respeito da poluição do ar em diversas cidades do mundo, especialmente com foco em algumas das mais pobres regiões. A pesquisa levou em conta um total de 1.600 centros urbanos. Uma das conclusões a que os estudiosos chegaram é que o nível de poluição piorou desde a última pesquisa, no ano de 2011 – bem menos abrangente, à época.
Outro ponto que impressiona é o fato de que 7 milhões de mortes foram ocasionadas, ao redor do mundo, causadas por problemas de saúde, decorrentes da qualidade do ar inalado. Isso tudo somente no ano de 2012. Por isso, trata-se do maior risco ambiental à saúde humana.
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Na atualidade, os habitantes da maior parte das cidades investigadas estão mais propensos a risco de câncer, AVC – Acidente Vascular Cerebral – e cardiopatias diversas.
Entre as 20 cidades com maior índice de poluição, 13 são localizadas na Índia e as 4 primeiras do ranking são do mesmo país – Nova Déli, Patna, Gwalior e Raipur. Em média, a capital da Índia apresentou uma média anual de partículas conhecidas por PM2.5 – ou material particulado fino, que penetra diretamente nos pulmões –, da ordem de 153 microgramas, por metro cúbico de ar.
Já a capital chinesa, Pequim, ficou com a 77ª posição, apresentando 56 PM2.5, ou seja, 1/3 do total apresentado por Nova Déli. Entretanto, os dados chineses podem apresentar distorção, uma vez que o levantamento utilizado foi o último, até então, feito no país, em 2010. A partir de 2012 começou-se a adotar outro método, com controle feito de hora em hora.
Tomando-se por base esse novo método, segundo o Greenpeace, o que se observou foi que, ao começar 2013 o nível de poluição em Pequim chegava a 900 PM2.5, um recorde nefasto. Com a nova leitura, Pequim estaria na 17ª posição do ranking da OMS, por conta dos dados diários, da ordem de 8.9 PM2.5.
A OMS atribui a responsabilidade pela qualidade do ar em cidades muito poluídas ao grande uso de veículos movidos a diesel, que é ainda mais poluente que a gasolina. Infelizmente, algo muito comum em países em desenvolvimento.
32 cidades estão entre as menos poluídas, ou seja, com um PM2.5 menor que 5. A maioria das quais, ¾, se localizam no Canadá – como Vancouver – uma outra na Islândia – Hafnarfjordur – e o restante, 7, nos Estados Unidos.
O grande objetivo da pesquisa feita pela OMS é pressionar as cidades campeãs em nível de poluição para que possam trabalhar, a fim de melhorar tais Índices assombrosos.
Há, inclusive, um controle maior sobre os levantamentos chineses, porque poderiam ser dados manipulados, mas o país vem aperfeiçoando seus métodos de aferição da qualidade do ar.
Em São Paulo, os dados também não foram nada satisfatórios. Mesmo que os levantamentos locais apresentem avanços na melhoria da qualidade do ar, segundo a pesquisa da OMS, a qualidade do ar na capital paulista é duas vezes pior que o recomendado para a saúde dos habitantes.
Em relação ao Rio de Janeiro, pela segunda vez é exposto pela Organização que a qualidade do ar na capital carioca é ainda pior se comparado à paulista. O outro levantamento, de 2011, chegou a ser contestado por autoridades ambientais brasileiras, mas com a nova análise, a tendência se confirma.
Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Ambiente, Informar-se
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