Petróleo é mais um fator que ameaça os índios na Amazônia


Após obter novo acordo com a empresa petrolífera Pluspetrol, aproximadamente 500 índios da etnia Achuar desocuparam, no sábado (26), o campo de exploração de petróleo da empresa argentina no Peru, que eles haviam ocupado por uma semana.

As comunidades nativas tomaram controle de uma usina termelétrica, tanques de petróleo e estradas na região de Loreto, para forçar a empresa a cumprir o acordo previamente estabelecido, de realizar a descontaminação causada por décadas de derramamento de óleo cru, bem como pagar royalties aos indígenas.

Carlos Sandi, presidente da FECONACO (Federação das Comunidades Nativas do Rio Corrientes) disse que as comunidades têm sido “silenciosamente envenenadas“, já que “quase 80% da nossa população está doente por causa da presença de chumbo e cádmio em nossos alimentos e água, devido à contaminação pelo petróleo“.

Ele acrescentou: “Nós não somos contra a exploração do petróleo ou o desenvolvimento, nós estamos exigindo o respeito aos nossos direitos, de acordo com o direito internacional”.

No ano passado, houve três emergências ambientais declaradas pelo governo peruano em grandes áreas de floresta próximas ao campo de exploração de petróleo, após a verificação de níveis perigosos de poluição em terras indígenas.

Esse não é o único caso de empresas da área de petróleo envolvidas em denúncias de violação aos direitos dos indígenas. Recentemente, no Brasil, também houve uma denúncia de que a Petrobras planejava extrair petróleo e gás de áreas da Amazônia no entorno de terras dos povos Suruwaha, Banawa, Deni e Paumari.

A empresa teria iniciado operações no Rio Tapauá sem consulta aos indígenas ou à Funai (Fundação Nacional do Índio), nem autorização da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

O caso mobilizou a ONG Survival International, que se manifestou para que a Petrobras interrompa imediatamente as atividades na área. Por essa e outras histórias, a ONG publicou um artigo intitulado “O lado sombrio do Brasil”, com ênfase ao tratamento dado pelo País da Copa aos povos ancestrais que já viviam aqui muito antes de seu “descobrimento”.

Fonte foto: wikipedia.org




Redação greenMe

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