Veneza foi atingida na manhã desta terça-feira por uma maré alta de 137 centímetros que deixou grande parte da cidade submersa.
“A situação é terrível, estamos submersos de forma dramática”, disse Carlo Alberto Tessein, procurador da Basílica de San Marco. “O nártex está completamente alagado – explica ele, relatando os estragos no edifício sagrado – e se o nível subir novamente, as capelas internas também irão por água abaixo”.
Veneza sofre regularmente com o fenômeno da maré alta, quando o mar Adriatico sobe e invade a área lagunar, inundando o centro histórico da cidade.
Um sistema bilionário chamado MOSE, foi testado esse ano para evitar os alagamentos na famosa cidade. O sistema de barragem é feito com 78 barreiras móveis, cujas obras estão previstas para serem entregues em 2021, mas já estava pronto para ser usado em situações emergenciais este ano.
Contudo, hoje, o sistema não funcionou e a cidade se viu mais uma vez debaixo d’água. E não funcionou porque a previsão era de uma subida do mar de 120 centímetros na lagoa, insuficiente para levantar as portas do Mose, que entram em ação de 130 cm para cima.
Quando a água invadiu a cidade, era tarde demais para acionar as barragens.
As chuvas típicas deste período estão causando estragos em todo o país. Exatamente por serem previsíveis, o sistema de barragem foi criado mas a obra sofreu, e vem sofrendo, críticas e mais críticas.
Isso porque, na ocasião dos testes (as obras começaram em 2003) ambientalistas protestaram por acreditarem se tratar de uma obra inútil, sobretudo considerando o problema maior que é a mudança climática.
As obras também foram criticadas por terem sido supostamente superfaturadas, dentro de um suposto esquema de corrupção.
Talvez os ambientalistas estejam certos. Com a crise econômica que assola a Itália e o mundo por causa da pandemia, agora é fazer novos cálculos para pagar uma conta a mais.
Mas também é verdade que o sistema de barragens evitou alguns alagamentos anteriores, e no ano passado, Veneza sofreu uma maré alta ainda pior.
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Categorias: Ambiente
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