Sabe aquelas férias na praia? Elas podem estar cada vez mais com os dias contados. A erosão e a elevação do nível do mar vão tomar 100 metros de areia costeira em três décadas. Os países cujas praias serão mais reduzidas são México, Chile e Argentina.
Um estudo, publicado na Nature Climate Change, feito por satélites a partir da evolução da linha costeira dos últimos 35 anos, modelou o impacto das mudanças climáticas nas praias até 2050 e 2100, excluindo as regiões antártica e ártica.
A atual pesquisa considerou os impactos do aquecimento global em eventos climáticos extremos (tempestades, inundações, etc.) e da elevação do nível do mar. A constatação é que as praias de areia serão menos extensas, podendo reduzir-se mais ou menos a depender de um cenário de baixas emissões ou no qual nada for feito para impedir as mudanças climáticas.
Na simulação de 2050, o estudo mostra que a faixa de areia será reduzida em média 99,2 metros. Para 2100, o mar pode avançar 250 metros.
Entretanto, esses cenários podem ser mitigados em 40% se os objetivos dos Acordos de Paris sobre redução de emissões forem cumpridos.
As perdas de areia se alteram de acordo com as regiões. Por exemplo, nas praias do leste da América do Norte, da Amazônia e do sudeste americano, a redução prevista é de 150 metros, enquanto nas praias das Pequenas Antilhas ou do sul da Ásia o recuo será superior a 300 metros. Já países como Gâmbia, Paquistão e El Salvador correm o risco de perder cerca de 80% de suas praias.
As áreas mais ameaçadas são as costas arenosas do Canadá e da Austrália, onde o mar avançará mais de 15.000 quilômetros de litoral, bem como Argentina (até 4.400 quilômetros), México (5.100) e Chile (até 7.000).
De acordo com o pesquisador da Universidade de Cádiz e coautor do estudo, Theocharis Plomaritis:
“Até agora, as principais causas do recuo das praias eram os reservatórios e as barragens, que bloqueiam o sedimento e não o deixam chegar às praias. Mas isso está sendo alterado pelas mudanças climáticas, que surgem como o principal inimigo da faixa de areia no futuro imediato”, disse Plomaritis ao El Pais.
Algumas das razões desse avanço, segundo o especialista, são o degelo das regiões polares e o aumento das temperaturas provocados pela mão humana.
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Categorias: Ambiente, Informar-se
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