Reduzir a produção de carne ajudará o meio ambiente


Você sabe qual é o “custo ambiental” da produção animal (vaca, porco, frango, etc) e como repercute isso na saúde do nosso planeta? E sabe que o impacto, violento, da produção animal existe porque, desde o século XX alguns povos consomem muito mais carne do que aquilo que precisam? E que isso é só um hábito, não uma necessidade?

O #EatForThePlanet é uma campanha que visa inspirar a humanidade a modificar seus hábitos de alimentação, que ora privilegiam a agricultura animal, e assumir que, se comermos basicamente vegetais (cereais, tubérculos, verduras, frutas) estaremos contribuindo positivamente para a luta contra as alterações climáticas.

Esta proposta tem um fundamento claro: que nossos hábitos alimentares atuais são uma parte importante do dano antrópico ao meio ambiente, da extinção de espécies, da poluição nos mares e solos, na perda de águas potáveis, na destruição de florestas e biodiversidade, enfim, nas alterações climáticas.

Não só a produção animal, com certeza, é a responsável de tudo mesmo porque grande parte deste desequilíbrio também se deve ao exagerado e mau uso dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gas, etc) que subsidiam as cidades com seus milhões de automóveis (tanta gente andando em carro, tanta gente com problemas de sedentarismo), nas poluentes indústrias que se inventam para suprir as “necessidades criadas” (sabia você que a produção dos moinhos de vento, aqueles que produzem “energia eólica”, é altamente poluente?). Mas, no que respeita aos hábitos alimentares, é especialmente destrutivo o nosso apetite por carne, laticínios e ovos.

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No esquema acima a FAO estima que a produção de gado é responsável por 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto que outras organizações como o Instituto Worldwatch, que este comprometimento pode alcançar os 51%. A diferença de cálculo se deve ao computo total de todos os processos involucrados na pecuária (produção de grãos para alimentação de animais, transporte, industrialização, etc).

Mas, a proposta da #EatForThePlanet não é acabar totalmente com o consumo de carne pois este alimento é necessário em algumas fases da vida humana (o cérebro das crianças fica “mal formado” se esta não ingerir algo de carne vermelha, ovos, peixes, ou seja, proteínas de origem animal por conta de alguns constituintes fundamentais, aminoácidos) e sim, reduzir significativamente a “comilança” de proteínas animais e sua produção.

Com uma produção animal de menor porte os impactos serão reduzidos, os animais serão mais bem tratados, a carne será bem mais saudável, as terras não serão mais devastadas pelo avanço da agropecuária, não será justificável a produção de grãos para alimentação de gado, não teremos mais soja e milho, e sorgo e trigo, e aveia, e, e, que são produzidos unicamente para alimentar gado que vive confinado, galinhas que não andam, porcos que não se levantam, etc. Também não será necessário usar agrotóxicos (que, aliás, só servem para encher de dinheiro os bolsos dos “donos do mundo” e empestear nossa vida).

Dê o primeiro passo a tentar qualquer um dos seguintes procedimentos:

1. Tente comer sem carne um dia por semana

2. Faça uma refeição por dia todos baseados planta

3. Recrie seus alimentos favoritos sem carne e produtos lácteos

Parar te ajudar nessa decisão, replico aqui o “quanto custa para se produzir 1 kg de carne bovina“: “Para produzir 1 kg de carne bovina são necessários 7 kg de grãos para a ração animal e 15 000 litros de água. Para a produção de 1 kg de cereal são gastos somente 1300 litros de água”.

E te conto que 80% das áreas cultiváveis da Terra são usadas na criação de animais destinados à alimentação humana. Mas veja a desproporção: em um hectare de terra podem ser plantados 22.500 quilos de batatas enquanto, no mesmo hectare, apenas se consegue 185 quilos de carne bovina.

O desperdício de água é também enorme. São necessários 15.000 litros de água para produzir um quilo de carne. Para o mesmo peso de trigo, são necessários apenas 150 litros de água. A criação de animais de corte, ou para alimentação, é responsável também por 90% da desflorestação de florestas tropicais”. E toda essa produção de carne tem como consequência que, mais de um bilhão de pessoas não têm acesso à água potável, que inúmeros rios e lençóis freáticos estão contaminados, quando não, esgotados. Que gente que poderia se alimentar, bem, com cereais, tubérculos, etc, estão morrendo de fome para que a produção de carne, vastamente consumida no ocidente seja possível.

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E no Brasil, alguns dados sobre quanto custa um quilo de carne bovina: “10 mil metros quadrados de floresta desmatada, 15 mil litros de água doce limpa, emissão de dióxido de carbono diretamente na atmosfera, emissão de metano na atmosfera, despejo de boro, fósforo, mercúrio, bromo, chumbo, arsênico, cloro, entre outros elementos tóxicos provenientes de fertilizantes e defensivos agrícolas que se infiltram no solo e atingem os lençóis freáticos, descarte de efluentes como sangue, urina, gorduras, vísceras, fezes, ossos e outros que acabam chegando aos rios e oceanos, depois de contaminarem solo e aqüíferos subterrâneos, consumo de energia elétrica, consumo de combustíveis fósseis, despejo no meio ambiente de antibióticos, hormônios, analgésicos, bactericidas, inseticidas, fungicidas, vacinas e outros fármacos, via urina, fezes, sangue e vísceras, que inevitavelmente atingem os lençóis freáticos, liberação de óxido nitroso, cerca de 300 vezes mais prejudicial para a atmosfera do que o CO2 -isso quanto ao custo ambiental.

Mas, também tem o custo social: a fome, os encargos para os cofres públicos com tratamentos de saúde, decorrentes da contaminação gerada pela pecuária, os gastos públicos com infra-estrutura e saneamento necessário para equilibrar os danos causados pela pecuária, o custo dos incentivos fiscais e subsídios concedidos pelos governos estaduais e federal para a atividade pecuária”.

Ah, e tome atenção a esta informação: a agroindústria e, especialmente a agropecuária, “é atualmente responsável por mais emissões de gases de efeito estufa do que o setor de transporte.

Sim, nós é que temos a responsabilidade de fazer tudo o que podemos para “mudar o rumo dos acontecimentos“. Seja empático e se lembre que bilhões de seres humanos sofrem com a falta de alimento adequado, de água (qualquer tipo de água, não falo só da potável e tratada que temos em nossas cidades), e com o excesso de calor, ou de frio, e com as inúmeras consequências das “bagunças climáticas dos últimos tempos” que a gente joga nas costas do fenômeno El Niño mas, cuja responsabilidade é nossa mesmo. Talvez não você que tem “ar condicionado”, geladeira cheia, água engarrafada e tudo o mais que pode brindar o dinheiro, quando é farto. Mas se lembre que, se você o tem tudo isso então você está lá naqueles 1% de população mais rica da Terra, só!

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Ah, e antes de ir embora, dê uma lida aqui neste artigo que discute a questão do crescimento populacional e a produção de alimentos.

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Redação greenMe

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