No Quênia, uma iniciativa aparentemente nobre tem ganhado destaque: o país decretou um feriado nacional para o plantio de 100 milhões de árvores. Com a meta de atingir 15 bilhões de árvores em uma década, cada cidadão é incentivado a contribuir plantando pelo menos duas mudas.
Embora a ideia seja louvável, a iniciativa não é isenta de críticas. Enquanto o governo disponibiliza cerca de 150 milhões de mudas em viveiros públicos, algumas preocupações têm surgido. Questões como a crise econômica que o país vem enfrentando, o uso de espécies exóticas em detrimento das nativas e a falta de controle efetivo sobre a extração ilegal de madeira são críticas contundentes, que dão a impressão de tratar-se de uma iniciativa para inglês ver (greenwashing).
O engajamento do presidente e de membros do governo em eventos de plantio é notável, porém, a falta de organização para garantir os benefícios da iniciativa também é evidente. Enquanto alguns celebram o feriado, outros lutam para sobreviver em meio a dificuldades financeiras. À BBC, a ambientalista Teresa Muthoni destacou a importância de garantir que as árvores certas sejam plantadas em lugares apropriados, enfatizando que muitas das 150 milhões de árvores disponíveis nos viveiros públicos são de espécies exóticas.
Além disso, o governo tem sido criticado por não controlar a extração ilegal de madeira em suas florestas públicas. Tais críticas nos levam a crer que existe mais marketing que engajamento sério para a solução da tal crise climática. Ou seja, hoje em dia, como é moda plantar árvore para salvar o planeta, qualquer negócio vale a pena. Tanto, ninguém de nós saberá o quanto essas árvores sobreviverão e ajudarão a manter saudável o ambiente deles – e o nosso – evitando erosão, enchentes e calor excessivo.
Apesar dos desafios enfrentados, a ministra do Meio Ambiente, Soipan Tuya, afirmou que a iniciativa continuará mesmo após o feriado especial, com a meta de plantar 500 milhões de árvores até o final da estação chuvosa.
A iniciativa, embora tenha recebido críticas legítimas, destaca a importância do engajamento coletivo na preservação ambiental. É fundamental que iniciativas desse porte sejam acompanhadas por políticas públicas efetivas, garantindo não apenas a quantidade, mas também a qualidade e a eficácia no plantio de árvores para a preservação do meio ambiente.
Enquanto o Quênia lidera essa iniciativa, é essencial reconhecer os desafios enfrentados e trabalhar para superar as lacunas para um futuro sustentável, onde a preservação ambiental seja um esforço coletivo genuíno, não apenas uma ação simbólica ou de marketing institucional.
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Categorias: Ambiente
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