O que são espécies bioindicadoras?


Dentre tantos seres e suas especificidades, temos os bioindicadores, criaturas que podem ajudar no equilíbrio ecológico.

Substâncias químicas tóxicas (industriais, urbanas e agrícolas) podem provocar grandes danos e impactos ambientais. Uma das ferramentas usadas para avaliação de qualidade seja de solo, ar ou água, são os bioindicadores.

Além disso, agem como protetores do meio ambiente. Por exemplo, o uso de bioindicadores vegetais pode ser muito útil no controle da poluição atmosférica.

De maneira geral, o que são bioindicadores?

Bioindicadores: o que são?

Bioindicadores são seres vivos de natureza diversa, vegetais ou animais, usados para avaliação da qualidade ambiental de forma ativa ou passiva.

  • forma passiva: quando se procede a uma avaliação dos seres que habitam a área de estudo;
  • forma ativa: expondo no ambiente espécies previamente preparadas. Tal exposição possibilitará, a partir de sua resposta, a avaliação da qualidade ambiental local.

A vantagem do uso de bioindicadores está em seu baixo custo, podendo também ser usados para a avaliação cumulativa de eventos ocorridos em um determinado período de tempo, resgatando um histórico ambiental.

É de costume usar bioindicadores específicos para cada poluente atmosférico. Os mais usados são bioindicadores vegetais da poluição atmosférica por fluoretos gasosos e ozônio troposférico.

Quais são os animais bioindicadores?

Cada ser tem uma função e uma razão para existir, e cada um é responsável para manter o ecossistema funcionando em equilíbrio. Qualquer ameaça ou alteração na vida de espécies da fauna e flora representa um risco a toda cadeia.

Tantos vegetais quanto animais são indicadores da qualidade das florestas. A presença de espécies de aves, anfíbios e flores pode representar se a mata é preservada ou sofre com a degradação.

Existem várias formas de considerar uma espécie como indicador ecológico. Isso envolve questões que vão desde a vulnerabilidade do animal à extinção, se ele é endêmico, e até os recursos naturais que para sobrevivência, como a qualidade da água.

Outros três conceitos devem ser levados em conta nessa avaliação:

  1. o da racionalidade;
  2. o de desempenho;
  3. e o de implantação.

Isso significa que:

  • a espécie deve ser sensível às alterações ecológicas do ambiente;
  • deve representar outras espécies que também sofrem com mudanças;
  • deve ser encontrada em ampla escala, ou seja, em diferentes biomas;
  • e precisa ser de fácil mensuração e acompanhamento.

Algumas espécies de aves, mamíferos, insetos, répteis e anfíbios são consideradas bons indicadores biológicos, como o soldadinho-do-araripe, a jaguatirica, a borboleta-azul, a surucucu-pico-de-jaca e a pererequinha.

Borboletas

Entre tantas espécies indicadoras da qualidade de uma área preservada, as borboletas se destacam, pois são insetos de curto ciclo de vida e são facilmente avistadas em qualquer época do ano.

Aves

As aves também são consideradas ótimos indicadores ecológicos por serem bem conhecidas e caracterizadas. A presença e a ausência de determinada espécie pode indicar qualquer alteração do ambiente.

Os psitacídeos, por exemplo, encontram-se como uma família boa para indicar a qualidade do ambiente, pois dependem de grande oferta de frutos e locais específicos para se reproduzirem.

Flores

As orquídeas são um exemplo de plantas que podem indicar se a floresta é preservada ou não, pois são sensíveis e necessitam de diversos fatores para se desenvolver que só são encontradas em matas conservadas, como:

  • presença de polinizadores específicos;
  • umidade;
  • temperatura;
  • e luminosidade.

Como identificar uma espécie bioindicadora?

Um bioindicador pode muitas vezes ser bastante específico para o ambiente em que é usado, assim como para os contaminantes que podem causar um impacto em um ecossistema.

Os bioindicadores podem demonstrar sua sensibilidade de formas diferentes. Por exemplo, determinadas espécies podem sofrer alterações morfológicas, bioquímicas, fisiológicas ou mesmo genéticas, em outros casos os indivíduos podem mesmo desaparecer completamente do ambiente.

Quanto maior for o nível de exposição, assim como o tempo de exposição do organismo, mais provável é observar impactos a um maior nível de organização:

  • se o tempo de exposição for baixo, é provável que o poluente apenas afete os indivíduos a nível individual;
  • se o tempo de exposição for prolongado toda a comunidade pode ser afetada.

A posição em uma cadeia alimentar também pode indicar a importância do organismo como bioindicador, por exemplo, pode permitir determinar a quantidade de poluente que se encontra no ambiente e há quanto tempo o meio está contaminado.

Os líquens são considerados bons bioindicadores, pois possuem uma dependência das condições atmosféricas mostrando sinais da presença de poluentes no ar. Organismos como peixes e macro-invertebrados também podem ser usados como bioindicadores, sendo que a sua ausência indica muitas vezes a contaminação de um determinado local por poluentes aquáticos.

As macrófitas são outro grupo de seres vivos muitas vezes utilizado como bioindicador. Os microrganismos podem também ser usados como bioindicadores uma vez que têm tendência a produzir proteínas específicas que podem indicar a presença de ambientes contaminados por toxinas.

Além disso, os bioindicadores não precisam ser necessariamente seres vivos. A presença (ou ausência) de determinadas enzimas em diversos seres pode indicar a presença de um contaminante no meio onde o ser vive.

O peso e o tamanho dos seres vivos são outros fatores que podem ser analisados e usados como bioindicadores, pois possibilitam determinar o estado de saúde do ser vivo.

Características necessárias para um organismo ser um bom bioindicador:

  • Ciclo de vida longo (pelo menos algumas semanas);
  • Porte grande (alguns centímetros);
  • Ser organismos sésseis ou com pouco mobilidade;
  • Amostragem fácil e pouco onerosa;
  • Fácil identificação;
  • Grande diversidade taxonómica;
  • Sensível a condições específicas de contaminação.

Índice biótico

A especificidade dos bioindicadores permite a criação de índices que são usados para a avaliação da qualidade ambiental presente no local em estudo, tornando mais fácil a detecção da ação de certos poluentes.

A estes índices dá-se muitas vezes o nome de índices bióticos e funciona assim:

  1. diferentes grupos taxonômicos são atribuídos um valor consoante a sua tolerância aos poluentes;
  2. os valores dos grupos presentes no local em estudo são somados qualificando assim o nível de poluição presente no local;
  3. quanto maior for o valor da soma mais poluído é o ambiente.

Os bioindicadores podem indicar a presença de qualquer tipo de poluente, esteja este presente no solo, na água ou mesmo no ar.

A proteção e conservação das matas e florestas é muito importante. Um bioma protegido com bastante biodiversidade de plantas e animais indica uma natureza saudável.

Por isso lutamos por menos queimadas, menos produção de lixo, menos árvores cortadas, menos contaminação das águas. Lutamos por mais consciência ecológica para criarmos mais vida.

Viva o Verde!

Fontes:

  1. cetesp.sp.gov.br
  2. G1
  3. knoow.net

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Lara Meneguelli


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