O estudante João Pedro Silvestre Armani, de 16 anos, criou um conservante natural utilizando carapaça de camarões e cera de abelha, o qual é capaz de conservar laranjas por mais de 50 dias. Essa ideia surgiu da necessidade de conservar as frutas sem utilizar agrotóxicos, em conjunto com o problema das carapaças de camarão que são descartadas no município em que o estudante mora.
Segundo informações da Central Press Brasil, a safra brasileira de laranjas é a maior do mundo, ultrapassando inclusive a dos Estados Unidos. Consequentemente, para conservar as frutas são utilizados muitos agrotóxicos que, como sabemos, prejudicam não só o meio ambiente como também a saúde humana, principalmente de quem manipula essas substâncias químicas.
Já no município de Palotina (PR), a produção de camarões é grande e o descarte inadequado das carapaças também contamina o meio ambiente. E o que uma coisa tem a ver com a outra? Utilizando o que aprendeu no Colégio Gabriela Mistral, o protagonista da história, João Pedro, teve a ideia de utilizar as carapaças descartadas para formar uma solução capaz de conservar as frutas e dispensar o uso do agrotóxico. Conforme explicou:
“Eu utilizei a carapaça de camarão, que é descartada, extraí o biopolímero chamado quitina e transformei em quitosana. A partir disso, formei uma solução de quitosana e cera de abelha para realizar testes de conservação nas frutas”.
De acordo com a notícia, foram analisadas 150 laranjas com seis tratamentos diferentes e a mostra com a solução criada pelo estudante foi a que obteve o melhor resultado, sobrevivendo mais de 50 dias em temperatura ambiente sem sinais de desgaste no fruto.
“Desse modo, encontrei uma forma de substituir os agrotóxicos, ao mesmo tempo em que evitamos o descarte da carapaça dos camarões”, concluiu o estudante.
O projeto de João Pedro, “Revestimentos comestíveis na pós colheita de laranja”, foi vencedor da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da USP (Febrace) e conquistou o 3º lugar mundial na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel (Intel ISEF), nos Estados Unidos.
O projeto brasileiro concorreu com outros de 70 nacionalidades diferentes e foi realizado em 2018, no Colégio Gabriela Mistral, conveniado com o Sistema Positivo de Ensino, o qual oferece diversos recursos aos estudantes, professores, gestores e até mesmo à família dos alunos.
João Pedro teve a orientação da professora Carlise Debastiani e a co-orientação da diretora Lucilda Rumilda Fries Binsfeld. Contudo, não fosse a percepção desse jovem diante da necessidade do meio em que vive, juntamente com a problemática dos agrotóxicos no planeta, talvez esse projeto não teria tido conquistas tão importantes.
Parabéns João Pedro Silvestre Armani! O Brasil se orgulha de você!
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Categorias: Agricultura, Informar-se
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