A batalha pela economia de água na indústria de alimentos


Responsa rápido: quanta água é consumida para produzir os alimentos que você costuma ingerir? Difícil precisar, não é mesmo? Há inclusive ambientalistas que defendem que tais informações também devam constar dos rótulos dos alimentos.

Water footprint – pegada hídrica – é uma plataforma que relaciona volume de água e a produção de um item de forma industrial. Essa “conta” inclui água limpa e poluída, sem distinção.

Dentre todas as áreas da indústria, a de alimentos é a grande vencedora da pegada hídrica; sobretudo com a criação de carnes – suína e bovina.

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Experiências para economia de água em alimentos

Atualmente, três pesquisas do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP têm visado descobrir técnicas eficazes para a economia de água em alimentos resultantes das atividades agrícolas.

Irrigação equilibrada

Na primeira, foi desenvolvido um microtubo de comprimento variável, o qual permite que a vazão de água no momento da irrigação por gotejamento seja uniforme em cada parte do terreno, independente do desnível ou da perda da pressão por conta da energia de atrito durante a passagem da água dentro do tubo, que exige um baixíssimo custo para sua fabricação.

Captação de água pluvial

Uma segunda experiência testou a viabilidade da captação de água das chuvas nos edificios do campus universitário – entre outubro de 2013 a março de 2014. Foi observado o tamanho da maioria dos telhados das construções locais, com o objetivo de concluir como seriam capazes de captar água da chuva.

Para isso, precisou-se analisar três fatores: área de captação, a precipitação local e a demanda dessa água de chuva. A conclusão a que se chegou foi uma captação entre 40% e 90% de toda a água não potável consumida.

Mudanças climáticas e agricultura

Já a terceira pesquisa visa um espectro mais amplo, com a análise das variações climáticas para o futuro da produção de cana de açúcar. Foi projetada a condição climática de São Paulo entre os anos de 2040 e 2070, por meio de softwares que são alimentados por banco de dados sobre clima, solo e genética do cultivo. Para isso, foram utilizados dois simuladores — o DSSAT, desenvolvido na África do Sul e o APSIN, desenvolvido na Austrália.

A conclusão foi positiva por um lado: produtividade para a cana de açúcar por conta do aumento de gás carbônico na região, importante insumo para seu cultivo. Ao mesmo tempo, as condições climáticas revelaram até agora um aumento na temperatura média de 1,8º a 3,6º, com déficit hídrico.

A água é, portanto, um grande insumo para a produção de alimentos. O fato de estar escassa em nosso planeta é preocupante, pois haverá interferência direta na segurança alimentar de grandes parcelas da população, ao redor do mundo.

Uma mudança de consciência é necessária e esses estudos são louváveis. Que a ciência encontre boas respostas!




Redação greenMe

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