Fazendas urbanas verticais: nova tendência para a demanda de alimentos


A produção de alimentos nas alturas é considerada solução visionária para garantir a segurança alimentar de forma sustentável em tempos de clima extremo e aumento da demanda por comida.

Até o ano de 2050, cerca de 80% da população mundial deverá viver em áreas urbanas. Seremos ao todo quase 10 bilhões de pessoas consumindo os recursos finitos do planeta.

Com cada vez menos espaço nas grandes cidades, o céu é o limite para a construção de prédios residenciais e comerciais que precisam abrigar tanta gente no menor ambiente possível. Num mundo onde a verticalização de moradias é uma tendência, arquitetos e urbanistas em várias partes do mundo desenvolvem projetos de fazendas urbanas verticais, onde é possível plantar e colher alimentos, de forma comunitária e sustentável, sem sair da cidade. Segundo o idealizador de uma fazenda em forma de pirâmide, Dickson Despommier, a população está aumentando mais do que a capacidade atual de produção de alimentos – o que pode gerar a fome de 3 bilhões de pessoas até 2060 -, daí a necessidade de novas estratégias no fornecimento de alimentos dentro das megalópoles.

Partindo desta perspectiva vertical, arquitetos e urbanistas têm repensado espaços verdes, com a intenção de integrá-los às metrópoles, se tornando numa forma de proximidade entre moradores e jardins, hortas e até fazendas. Esses espaços verdes são autossuficientes, capazes de reutilizar água e resíduos para produzir plantas e vegetais. Um exemplo de fazenda vertical é o projeto da Skyfarm em Toronto, no Canadá, que usaria menos água e terra do que as fazendas e sítios instalados nas regiões rurais.

Em Nova York, outro projeto, o Vertical Farming, propõe um novo jeito de produzir alimentos para acompanhar o crescimento populacional do mundo: prédios autossuficientes, que produzem uma cultura diferente por andar e, ainda, reaproveitam os próprios resíduos para cultivar novos alimentos. O projeto prevê diversos ecossistemas, capazes de reaproveitar os próprios resíduos para produzir comida. Mais econômicas, essas estufas modernas usariam apenas 10% de água e 5% da terra utilizada nas fazendas convencionais. No projeto, está previsto desde culturas mais simples, como a de frutas e verduras, até sistemas mais complexos, como a criação de peixes e aves.

Com a intenção de diminuir a dependência por alimentos importados, Cingapura inaugurou sua primeira fazenda vertical em 2012. Localizada na ponta da península Malaia, é uma ilha que tem apenas 710 quilômetros quadrados – a maior parte deles urbanizados e edificados. Hoje apenas 7% dos vegetais consumidos lá são produzidos localmente. Desenvolvida pela Sky Greens Farms, a fazenda vertical tem 120 torres de alumínio com mais de 9 metros de altura. No total, ela pode produzir 0.5 toneladas de vegetais por dia. A empresa espera atrair investidores e obter U$ 21 milhões para expansão e aperfeiçoamento. O ideal é construir 300 torres, o que permitiria a produção de duas toneladas por dia. No momento, a fazenda tem três tipos de vegetais, e eles podem ser encontrados em apenas uma rede de supermercados. Mas de acordo com o Channel News Asia, os consumidores estão entusiasmados com o novo projeto e as lojas estão tendo dificuldades de manter seus estoques. Além disso, a Sky Greens espera colaborar com a queda dos preços quando aumentar a produção.

Fonte foto: greendiary.com




Redação greenMe

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