Ter uma horta em casa é um símbolo de resistência, afirma Carlo Petrini, da Slow Food.
“Buscar uma alimentação prazerosa e em equilíbrio com a natureza é uma atitude política” é outra das afirmações provocativas de Carlo Petrini, jornalista, fundador e presidente da Slow Food internacional.
No simpático site La Huerta de Antonia, dedicado à agricultura orgânica e hortas domésticas, mundo afora, encontrei esta entrevista com Carlo Petrini que me chamou a atenção pela agudeza e precisão dos comentários, tais que tocam fundo no coração da gente (e no estômago também).
Neste então, Carlo Petrini estava na Espanha visitando El Prat de Llobregat, nos arredores de Barcelona, local que pode ser considerado como um pulmão agrícola da região e um exemplo de como é possível se cultivar em zona urbana. E, olhando as inúmeras hortas comunitárias que lá estão vicejando é que Carlo contou várias coisas:
● “Ter uma horta em casa é um símbolo de resistência contra o abuso ambiental e a ignorância que existe hoje sobre o que nós comemos realmente”
● “Hoje o movimento Slow Food está presente em 170 países – quando foi criado, em 1986, só existia na Itália e pouco mais. Hoje é um movimento com mais de 100 mil membros, espalhado pelo mundo todo”
● “Eu sou onívoro mas, nos últimos 5 anos reduzi em 60% o consumo de carne”
● “Nós consumimos exageradamente carne e isso não é sustentável”. “Na África uma pessoa consome 5 quilos de carne por ano, na Itália consome quase 100 quilos. E a saúde sofre”
● A gastronomia, como é entendida na Slow Food, é uma questão também de economia e política“
● “As pessoas falam da gastronomia como espetáculo mas, existe uma enorme necessidade de defendermos os agricultores locais e melhorar a cultura, a educação alimentar dos povos da Europa, por exemplo”
● “Somos condicionados pela publicidade maciça da indústria de alimentos”
● “Um sistema que destrói a biodiversidade, a agricultura familiar, o ambiente…todos estes são aspectos negativos da agricultura intensiva que precisa voltar às boas práticas”
● “Produtos industrializados até podem ser mais baratos mas, você também pagará por remédios a longo prazo. Com produtos da agricultura familiar, você ajuda o território, defende a propriedade pública”
● “Em relação ao desperdício? Este é o objetivo deste sistema criminoso: produzir, produzir, produzir… e, em seguida, jogar fora”
● “Os danos resultantes da agricultura intensiva estão apenas começando – há muitas alergias, doenças, desnutrição… ainda não estamos suficientemente conscientes mas, este movimento está crescendo”
● “Faz falta educação alimentar que nos leve a escolher os produtos locais, naturais, orgânicos, que são mais saudáveis e, com certeza, mais sustentáveis”
Assim, Carlo uma vez mais nos faz refletir sobre a verdadeira importância de cada qual aprender a cultivar seu alimento, de fazer uma horta em casa, transformar o jardim em um pomar, a varanda em um canteiro de medicinais, nas paredes pendurar xuxus e maracujás e espalhar pitangas, abacates, bananeiras e tudo mais o que for possível, pelas praças da nossa cidade.
Aqui temos falado bastante sobre plantas que se podem cultivar em casa ou, como fazer uma horta orgânica em 1 m² de área e, gente, isso não é só e simplesmente uma nova moda – cultivar nosso próprio alimento é uma necessidade de sustentabilidade da vida humana. Pense nisso!
Ah, e recorde a Slow Food Brasil aqui.
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Categorias: Agricultura, Informar-se
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