Metas do governo para a agroecologia


Foi realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, a 10ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO), que ocorreu nos dias 17 e 18 de março. Vários assuntos entraram na pauta da reunião, um, porém, destacou-se perante os demais, as principais metas do governo para o novo Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) e de que maneira essas metas poderão compor o Plano Plurianual (PPA) previsto entre os anos de 2016 a 2020.

Na discussão, um novo eixo temático foi proposto: reforma agrária e territorialidade, para somar aos já existentes produção, recursos naturais, conhecimento e comercialização.

Eduardo Soares, gerente de Políticas Agroambientais do Departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente (MMA), explicou à imprensa que a sugestão ainda será avaliada pela CNAPO, que é formada por vários pessoas de diferentes ramos. Desde os mais diversos representantes da sociedade civil ligados a produção agroecológica do país e representantes diretos do Governo Federal.

O papel do MMA neste processo é monitorar as políticas públicas desenvolvidas e propostas por povos extrativistas e comunidades tradicionais, com relação a preservação e conservação das florestas.

Outros aspectos também foram abordados e sugeridos para o próximo Planapo, como é o caso do agricultor Ernesto Kasper, da cooperativa de citricultores Ecocitrus de Montenegro (RS) e presidente da Associação Brasileira da Agricultura Familiar Orgânica, Agroecológica e Agroextrativista (Abrabio), em que avalia um possível auxílio para cooperativas na forma de linha de crédito, enfatizando sobre a já utilização da Ecocitur do gás metano como combustível para veículos da cooperativa e como energia elétrica para usina de compostagem.

“Nesta terça-feira começou a funcionar o gerador que vai zerar a conta de R$ 20 mil que tínhamos de energia elétrica”, comemorou. O gerador de biocombustível foi viabilizado graças à parceria com o consórcio Verde Brasil e a Naturovos, maior produtora de ovos do Rio Grande do Sul. “O esterco de galinha é usado nos biodigestores, que geram biofertilizante e gás metano.”

O sistema de agroecologia tem em seu modus operandi viabilizar a produção de alimentos com harmonia entre o homem e a natureza, dentro das relações comerciais e de trabalho justas e da valorização da cultura e do desenvolvimento local, e buscando sempre o melhor para os dois.

Em outras palavras, males como o uso de agrotóxicos é altamente questionado, como explica o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ao falar sobre CNAPO como elemento fundamental para alcançar o consenso sobre as políticas agroambientais, pois reúne movimentos sociais e governo. “O debate é necessário para buscar uma agricultura saudável, ecológica e ao mesmo tempo produtiva, que garanta a rentabilidade e a sustentabilidade dos agricultores”, disse. “Os médicos afirmam que o alto índice de pessoas com câncer está diretamente relacionado com a alimentação envenenada.”

Enquanto que o Ministro-Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto, reafirma o compromisso do governo com o Planapo: “Teremos um ato simbólico na próxima semana: a presidenta Dilma vai ao Rio Grande do Sul participar do início da colheita de arroz orgânico do estado, num assentamento da reforma agrária”, finaliza Rosseto.

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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