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Nascida em 2 de fevereiro de 1962, em Goiânia, Goiás, Kátia Regina de Abreu acaba de ser nomeada para chefiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff (2015 – 2018).
Empresária e pecuarista, ocupa o senado brasileiro, pelo estado de Tocantins. Sua relação com a pecuária começa em 1987, quando assume a propriedade de seu falecido marido. Mesmo que, como psicóloga de formação, não soubesse muito sobre administração de terras, se mudou para a fazenda e se deparou, ao lá chegar, com um roteiro completo de ação, para condução dos negócios agropecuários. Tudo preparado por seu marido, no caso de algum problema.
De lá até aqui, seus laços com o agronegócio apenas se aprofundaram, e Abreu chegou à presidência da prestigiada CNA – Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil – cargo o qual ocupa há 6 anos. Outro de seus ‘feitos’ inclui o fato de ser a primeira mulher a ocupar a posição de líder da bancada ruralista no Congresso Nacional – tradicionalmente, defensores do agronegócio em larga escala e lenientes com a questão do desmatamento.
Embora em seu mandato anterior como senadora, Kátia Abreu tenha sido uma ferrenha opositora ao segundo mandato de Lula (2007-2010), acabou por se aproximar da atual presidente, nos começo do primeiro mandato de Rousseff.
Clara defensora de agropecuaristas, é defensora do direito à propriedade privada no campo. Defende um combate intenso a toda e qualquer invasão de terras e, inclusive, chega a responsabilizar as administrações públicas pela ‘permissividade’ com a qual lida com a questão de movimentos de trabalhadores rurais sem terra, dentre outros.
No esteio de suas opiniões marcantes, Abreu, em entrevista à revista semanal Veja (2010), declarou que as políticas para o agronegócio no Brasil eram deficitárias – o que atinge diretamente o Ministério do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e do Trabalho, na era Lula.
E declarava, sem meias palavras: “Quero fazer um desafio aos ministros: administrar uma fazenda de qualquer tamanho em uma nova fronteira agrícola e aplicar as leis trabalhistas, ambientais e agrárias completas na propriedade…Se depois de três anos eles conseguirem manter o emprego e a renda nessa propriedade, fazemos uma vaquinha, compramos a terra para eles e damos o braço a torcer, reconhecendo que estavam certos.” E não para por aí: “A norma usada pelo governo para definir trabalho escravo é uma punição à existência da propriedade privada no campo”.
Essas visões, no mínimo, polêmicas, lhe valeram muitas críticas e desafetos, tendo sido ‘reconhecida’ por láureas pouco honrosas, como “Miss Desmatamento” e “Motosserra de Ouro“, concedidos pelo Greenpeace, como forma de protesto bem-humorado sobre a grande oposição de Kátia a temas como o código florestal e sua visão favorável e incentivadora ao uso de sementes como as Terminator.
Kátia deseja flexibilização nos direitos trabalhistas em zonas rurais, incentivo ao transgênico, aceleração da emissão de licenças ambientais – sobretudo para obras de infraestrutura. É uma feroz crítica da atuação do Ministério Público, por afirmar que prejudicaria a governabilidade, devido a seu controle e exigências.
A nomeação de Kátia Abreu já era esperada, dado o seu apoio à campanha eleitoral de Dilma pelo segundo mandado, mas com tantas críticas à sua, até então possível, nomeação, até mesmos os petistas mais “de esquerda”, por assim dizer, esperavam um desfecho diferente para o Ministério da Agricultura. Mas a notícia aí veio, de presente de Natal, e já é destaque nos jornais do mundo inteiro.
Leia também: Kátia Abreu é notícia no The Guardian
Fonte foto: fotospublicas.com
Categorias: Agricultura, Informar-se
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