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Não bastassem todos os problemas decorrentes de ser uma grande metrópole e os novos desafios, em virtude do isolamento social causado pela pandemia de coronavírus, a cidade de São Paulo está passando por uma devastação acelerada de suas áreas verdes.
É isso o que o levantamento feito pelo vereador Gilberto Natalini (PV) concluiu. O desmatamento provocado para implantação de loteamentos clandestinos pelo crime organizado, dobrou em menos de 1 ano. Enquanto em agosto de 2019 eram 90 os pontos de desmatamento, em abril de 2020 já eram 160.
No total, são cerca de 7.2 milhões de metros quadrados, ou seja, 4, 5 vezes o tamanho do parque Ibirapuera.
O relatório de Natalini será apresentado na próxima segunda, dia 04, para as autoridades municipais e estaduais. No total, foram ouvidas 52 pessoas, moradores das regiões desmatadas, que ajudaram a identificar os focos.
Fotos, vídeos, imagens de drones e satélites e visitas presenciais auxiliaram a contabilizar os pontos devastados.
No total são cerca de 48 mil lotes clandestinos, frente aos 20 mil de agosto de 2019.
O relatório aponta uma rede de proteção ao crime organizado nesse trabalho de destruição ambiental, que conta com “corretores”, funcionários públicos, advogados, guardas, donos de tratores e retroescavadeiras e desmatadores.
A quarentena pode ter influenciado nesse aumento, já que descapitalizou os narcotraficantes por causa da redução do fluxo de drogas e consumo interno, com isso setores como terras e disputas por posses podem tornar-se alvo de criminosos, segundo informa o delegado Éverson Contelli, responsável por operações contra a facção criminosa PCC, desde 2016.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública existem ações em curso para combater o desmatamento, como patrulhamento preventivo, força tarefa entre MP e Polícia Civil para prender criminosos que invadem áreas verdes, ampliação da Operação Integrada de Defesa das Águas, que visa proteger, controlar e recuperar áreas devastadas ou ilegalmente ocupadas, o Plano de Pagamento por Serviços Ambientais e abertura de sindicância para apurar participação de agentes públicos nesse tipo de crime.
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Categorias: Cidades, Informar-se
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