No dia 3 de fevereiro deste ano, o GreenMe publicou, sob o título “Repúdio ao plano genocida de evangelização dos povos indígenas isolados do Brasil”, uma matéria com o intuito de informar os seus leitores sobre a nomeação de Ricardo Lopes Dias para comandar a Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) da Fundação Nacional do Índio (Funai).
Lopes Dias é um antropólogo e ex-missionário da Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), uma entidade conhecida por realizar um trabalho evangelizador junto a povos originários, dentre eles, indígenas brasileiros.
A nomeação de Lopes Dias foi recebida com muita preocupação por ativistas e lideranças indígenas, como informou o GreenMe através da divulgação de notas de repúdio emitidas por diversas entidades, como a Survival Brasil, a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Associação dos Povos indígenas do Brasil (Apib).
Com base em fontes como Survival Brasil, BBC News Brasil e El Pais (fontes linkadas no texto), o GreenMe divulgou a informação de que o povo zo’e havia sido dizimado pelo contato estabelecido com os missionários da MNTB, que teriam levado doenças, como gripe e malária, para essa comunidade. Além disso, com base em dados divulgados pela Survival Brasil, foi divulgado que a MNTB estaria envolvida com a morte de indígenas paraguaios nas décadas de 1970 e 1980.
O GreenMe foi procurado pelos representantes legais da Missão Novas Tribos do Brasil para fazer um pedido de retratação em relação a essas informações divulgadas, por serem consideradas pela entidade inverídicas, visto que ela não tem qualquer responsabilidade sob as mortes investigadas, segundo apurado pelas autoridades competentes pelo Processo nº 2000.39.02.0001859-0/IPL Nº 085/98-DPF.B/SNM/PA.
No pedido de retratação recebido pelo GreenMe, a MNTB informa um trecho do supracitado processo no qual o Ministério Público conclui que não houve qualquer relação das mortes dos indígenas zo’e com a referida entidade:
“Pelo exposto, esta autoridade não encontrou provas suficientes para que pudesse concluir que a presença da MNTB na região teria ocasionado a morte da população ZO’É, ou seja, não existe comprovação da relação de causalidade entre a ação da MNTB e o resultado morte dos índios ZO’É”.
O GreenMe informa que não teve acesso ao referido processo, mas entende que a MNTB tem o direito de resposta e retratação ante os fatos divulgados pelo próprio GreenMe com base em notícias e reportagens dos veículos de comunicação que serviram de fonte para o artigo “Repúdio ao plano genocida de evangelização dos povos indígenas isolados do Brasil”.
Categorias: Informar-se, Povos da Floresta
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