Há cerca de uma semana, os moradores do Rio de Janeiro têm recebido em suas casas água com cor turva e com sabor de terra.
Pelas redes sociais, os habitantes da cidade começaram a manifestar o problema e a sua indignação. Os mais atingidos pela distribuição da água turva são os moradores da Zona Norte carioca. Os relatos de pessoas que passaram mal após ingerirem a água têm sido comuns.
O número de atendimentos na Secretaria Estadual de Saúde decorrentes de diarreia, gastroenterite e vômitos dobraram na última semana em postos de saúde da Zona Oeste. Apesar desse fato, o órgão diz que ainda não é possível associá-lo com a água turva, supostamente contaminada, como informou o Jornal do Brasil.
De acordo com Companhia de Águas e Esgotos do Estado (Cedae), foi encontrada uma substância anormal em amostras de água: a geosmina. Essa substância, de origem orgânica, aparece quando algas e bactérias se multiplicam na água.
A Cedae garante que a geosmina não causa risco à saúde humana. Em nota, o órgão de abastecimento informou que:
“O fenômeno natural e raro de aumento de algas em mananciais, em função de variações de temperatura, luminosidade e índice pluviométrico, causa o aumento da presença deste composto orgânico, levando a água a apresentar ‘gosto e cheiro de terra'”.
Apesar do comunicado, a própria Cedae modificou a forma de tratamento da água. Está sendo usado, agora, em caráter permanente, carvão ativado pulverizado no início do processo de tratamento, com o objetivo de reter a geosmina, um método usado em outros estados, como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.
O especialista em microbiologia de água e alimentos, Marco Miguel, que é professor do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explica que o aumento de algas e bactérias na água distribuída pode conter compostos nocivos à saúde. Já outros especialistas, segundo o JB, consideram que ainda é precoce liberar o consumo para o município, visto que a geosmina pode provocar alterações no gosto e no odor da água, mas não a cor “barrenta”, conforme relatado em alguns locais – um indício de que sua qualidade pode estar comprometida.
Entretanto, a Cedae avaliou 150 amostras de água coletadas na última semana e não identificou qualquer substância química que pudesse provocar dano à saúde da população. Dá pra acreditar?
A maioria das famílias não pode evitar o consumo da água da torneira. E nem seria justo, dado que o tratamento da água é pagado pelo consumidor. Que situação!
https://www.youtube.com/watch?v=aa0YIm4pT64
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