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Na Antiguidade grega, os sábios acreditavam que a Lua podia interferir não apenas no estado anímico como na saúde das pessoas. Quem nunca tendo sido chamado de “lunático” não pensou se realmente a lua tivesse alguma interferência em seu estado de humor?
Curiosamente, há quem se tenha feito seriamente essa pergunta. Por exemplo, segundo uma reportagem da BBC, um engenheiro procurou o psiquiatra David Avery, depois de achar a que a Lua estava inferindo no seu humor. O engenheiro mantinha registros meticulosos sobre seu estado de humor e qualidade do sono, o que foi um material e tanto para o psiquiatra mergulhar no problema, buscando alguma relação entre lua e humor.
Thomas Wehr, um renomado professor de psiquiatria do Instituto Nacional de Saúde Mental em Bethesda (Estados Unidos), descreveu em um artigo alguns casos de pacientes com transtorno bipolar com ciclos muito precisos, não esperados em um processo biológico normal.
“Isso me levou a questionar se havia algum tipo de influência externa orientando esses ciclos”, conta o psiquiatra à reportagem.
Foi assim que o psiquiatra passou a considerar a crença de que a Lua interferisse no comportamento humano.
Um outro estudo havia indicado que criminosos, quando ao ar livre, eram mais dispostos à criminalidade quanto mais houvesse luz da Lua. Ou seja, as crenças antigas sobre pessoas vivenciarem “estados lunáticos” pareciam fazer sentido também para a ciência mas, apesar dessas evidências de interferência da Lua, não se pode garantir, cientificamente, que o astro tenha mesmo esse poder todo.
Wehr, em sua pesquisa com pacientes bipolares, acompanhou as datas de flutuações do humor deles. O pesquisador descobriu que a duração do descanso aumentava de forma progressiva e era repentinamente encurtado. É nesse ponto de mudança que se dava início a mania.
A hipótese de Werh sobre o prejuízo que a Lua estaria causando aos seus pacientes, viria da atração gravitacional que ela exerce sobre a Terra, o que desencadearia flutuações em seu campo magnético, ainda que sutis. No entanto, não se sabe se o campo magnético da Terra sob o efeito da Lua seria capaz de provocar mudanças biológicas sobre nós.
Outra possível explicação é que os pacientes estariam, assim como as marés, respondendo à gravidade lunar. Contudo, muitos estudiosos desacreditam dessa hipótese, visto que a quantidade de água que compõe o nosso organismo é muito pequena, em comparação com a água dos oceanos.
De acordo com Vladyslav Vyazovskiy, um pesquisador do sono da Universidade Oxford (Inglaterra), seria preciso monitorar o sono de um paciente durante um mês lunar inteiro, ou por vários meses, para analisar a existência de algum padrão.
De qualquer forma, a Lua exerce um enorme fascínio sobre nós, sendo capaz de nos influenciar com a sua beleza.
Disso, pelo menos, já sabemos há muito tempo.
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Categorias: Informar-se, Universo
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