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Tem vontade de conhecer mais a fundo a cultura indígena brasileira? Saiba que é possível visitar uma aldeia no Parque Indígena do Xingu.
O Parque Indígena do Xingu é uma reserva criada em 1961, a primeira a ser homologada pelo governo federal. O redator do projeto foi o antropólogo Darcy Ribeiro e a idealização foi dos irmãos Villas Boas.
O Parque Indígena do Xingu está situado no estado de Mato Grosso, na porção sul da Amazônia brasileira. Tem mais de 27 mil quilômetros quadrados (aproximadamente 2.800.000 hectares) distribuídos em uma região plana, de mata de cerrado. O Parque é atravessado pelo Rio Xingu e seus afluentes. São faladas no Parque as seguintes línguas: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo,Kamaiurá, Kĩsêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja,Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti – e diversas línguas faladas na região: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco Tupí); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); Kĩsêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê); Trumai (língua isolada).
Embora haja essa impressionante diversidade linguística, as etnias têm muitas similaridades culturais, embora cada uma cultive a sua identidade e celebre as suas diferenças.
Um dos rituais mais conhecidos dos povos do Alto Xingu é o Kwarup, uma cerimônia funerária que envolve mitos da criação da humanidade, a iniciação dos jovens e as relações interaldeias. Nele, o cacique da aldeia e os “donos de casa” recebem um ritual de sepultamento diferenciado.
Os indígenas “comuns”, quando morrem, têm o corpo envolvido em uma rede para, então, ser colocado em uma cova e coberto por uma esteira que receberá terra por cima. Para os líderes há pelo menos outros dois tipos de enterro. Em um deles, o corpo é amarrado em uma armação de madeira, similar a uma escada, e colocado na cova verticalmente com a face voltada para leste. Em outro ritual, são cavadas duas valas a uma distância de três metros uma da outra, ligadas por um túnel. Em cada cova é colocado um poste e o corpo é deitado em uma rede que passa pelo túnel. Os punhos do líder são amarrados aos postes.
Um outro rito praticado no Alto Xingu é feminino. Na estação seca, as mulheres fazem o ritual Yamurikumã, que as autoriza realizar movimentos tipicamente masculinos com armas e vestir ornamentos com chocalhos e penas normalmente usados por homens. Convidadas de outras aldeias ficam acampadas na proximidade e elas entoam canções que fazem referência à sexualidade masculina.
Para visitar o Parque é preciso contratar uma agência. O Roteiro do Xingu, de quatro dias, tem base em Feliz Natal, que fica a 521 km de Cuiabá. Esse roteiro permite conhecer a aldeia dos Waurá e Trumai, onde os visitantes são recebidos pelos índios e assistem a danças e rituais, escutam histórias e lendas indígenas e participam do cotidiano da aldeia.
A cidade mais próxima do Parque é Canarana.
Quem sai do sudeste, geralmente, pega um ônibus de Goiânia até Canarana – a viagem dura cerca de 12 horas. De lá, o serviço de agência conduz o visitante à aldeia em carro, num trajeto de 2 horas. O blog da Mariana Viaja dá todas as dicas sobre esse circuito, para quem quiser se aprofundar sobre o tema e ler seus relatos.
Bom, o visitante fica hospedado em uma aldeia e convive com os hábitos dos indígenas. Então é dormir em rede e tomar banho de rio.
Essa viagem não é exatamente barata. Em algumas expedições é comum haver mais estrangeiros do que brasileiros.
A visita organizada por uma agência já inclui a autorização da Funai para entrar no Parque. O valor arrecadado com as visitas ajuda os índios, já que é dividido entre as famílias que vivem na aldeia, além de eles venderem seus artesanatos aos visitantes.
O melhor é se informar com as agências locais para saber todos os detalhes e custos das viagens até porque o custo vai depender do lugar de onde você estiver vindo.
Seguem alguns links que podem ajudar você nessa busca e no orçamento: http://www.kanzenturismo.com.br/ e http://www.aldeiatehuhungu.com.br/
Visão geral. Google Maps
Visão detalhada. Fonte foto
O mapa das aldeias. Fonte foto
Vista aérea
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