Alimentos do futuro: desconhecidos ou pouco usados podem revolucionar a alimentação humana


Vivemos em um mundo cheio de paradoxos. Em relação à comida, alguns seguem dietas mirabolantes, submetendo seus corpos a testes alimentares sem quaisquer comprovações científicas, enquanto outros são obrigados a “fazer dieta” porque não têm garantia de que terá algo para comer até o fim do dia. Se esse é o cenário de hoje, seria possível projetar o futuro alimentar das pessoas?

Um grupo de cientistas estão tentando mudar o futuro dos alimentos usando três estufas enormes com ares futuristas.

Perto de Kuala Lumpur, capital da Malásia, fica a sede da Crops for the Future (Centro de Alimentos para o Futuro – CFF, em tradução livre), que é uma organização internacional de pesquisa agronômica. É nesse lugar que os cientistas estão fazendo experimentos para revolucionar a alimentação humana, segundo informa a BBC.

Alimentos esquecidos ou pouco usados

Na base dessas experiências estão alimentos esquecidos ou pouco usados na alimentação atual. De acordo com Sayed Azam Ali, diretor do Centro, apenas alimentos “alternativos” são cultivados. Embora, hoje, a base alimentar da humanidade esteja baseada em apenas quatro grão – trigo, arroz, soja e milho – há mais de 7 mil cultivos que fazem parte da nossa história e que estão sendo ignorados.

A CFF acredita que alguns deles deveriam começar a ser introduzidos em nossas dietas. Mas que alimentos seriam esses?

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Os alimentos do futuro

Cajá-manga

Um deles é uma fruta tropical comum na região norte do Brasil: cajá-manga. Ela é originária da Polinésia e foi sendo cultivada em países tropicais da América, África e Ásia.

É uma fruta muito nutritiva, rico em vários nutrientes: vitamina C, cálcio, fósforo e ferro, entre outros.

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Moringa

Outra planta é a moringa, conhecida por Acácia-branca. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), as folhas dessa árvore “são ricas em proteínas, vitaminas, A, B e C e minerais: muito recomendáveis para mulheres grávidas lactantes, assim como para crianças pequenas”.

Com alto teor de cálcio e ferro, pode ser usada como substituto do espinafre. Além disso, a planta tem propriedades medicinais, podendo ser usada como antibiótico natural.

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Feijão-bambara

Outra planta cultivada na Malásia é o feijão-bambara, uma leguminosa rica em proteína.

Esse tipo de feijão é bastante resistente à altas temperaturas e é capaz de crescer em solos pobres em nutrientes, ajudando-os a fertilizá-los naturalmente – capacidade natural das leguminosas.

Diversidade alimentar

A CFF tem trabalhando para popularizar cultivos que estão sendo esquecidos ou negligenciados em um contexto no qual o setor de produção de alimentos emite dois terços dos gases de efeito estufa, segundo dados da FAO.

Além disso, a população mundial ainda cresce. A ONU projeta que, em 2050, seremos 9,7 bilhões – hoje somos 7,2 bilhões.

Como solucionar a difícil equação de reduzir o aquecimento global e garantir segurança alimentar? Com soluções criativas!

É exatamente isso que Azam Ali propõe ao valorizar o plantio de alimentos locais, reduzindo a dependência dos países a alimentos importados e produzidos em larga escala.

Diversidade é tudo: até na alimentação!

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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