Animais marinhos confundem plástico com comida. Mas por que será?


Já denunciamos várias vezes aqui no GreenMe o grave problema ambiental que tanto tem afetado os animais marinhos: a poluição dos mares e oceanos.

Mas não apenas animais como baleias, peixes e tartarugas têm morrido e se intoxicado por causa da ingestão de plástico. Os plânctons também têm sido vítimas de resíduo plástico despejado em larga escala nos mares.

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Plástico tem cheiro de peixe

Ao se alimentar, os seres marinhos acabam ingerindo fragmentos de plástico, confundindo-os com o alimento. Segundo uma matéria publicada pela BBC, pesquisadores explicam que isso ocorre porque o plástico tem cheiro de comida.

Conforme assevera Erik Zettler, ecologista microbiano do Instituto Real Holandês de Pesquisas Marítimas: “Tente cheirar um pedaço de plástico que você encontrar na água da próxima vez que estiver na praia. Ele cheira a peixe”.

A razão para esse odor é proveniente da rápida colonização de micróbios no plástico, chamada de “plastisfério”. Ao liberar substâncias químicas, essa camada formada pelos micróbios faz com que o plástico tenha cheiro e sabor de alimentos para os animais marinhos. Parece que essa mesma explicação se aplica para as aves marinhas, que encontram sua comida pelo cheiro.

O caso das baleias é diferente porque o plástico acaba sendo filtrado acidentalmente quando elas se alimentam de plâncton.

O aumento de plástico nos oceanos

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Um estudo realizado em 2015 estimou que, aproximadamente, oito milhões de toneladas de plástico caem em águas oceânicas anualmente. Pelas correntes marítimas, o plástico se decompõe em microplásticos, que acabam sendo ingeridos pelos animais marinhos.

Por causa disso, cada vez mais estão surgindo questionamento sobre os efeitos do lixo plástico no ambiente marinho. O impacto mais conhecido é sobre os animais de médio e grande porte, como aves e baleias, que morrem por asfixia ou fome, uma vez que o plástico bloqueia o seu aparelho digestivo. Mas a verdadeira dimensão do dano ainda é desconhecida.

O que pode ser feito?

No dia 8 de setembro, foi lançada uma campanha de limpeza de plásticos dos mares no Oceano Pacífico. Iniciativas isoladas similares também vêm ocorrendo aqui no Brasil. Neste mês, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, também foi feito um mutirão de limpeza nas praias.

Algumas cidades balneárias também têm proibido o uso de canudos plásticos em estabelecimentos alimentares, como Rio de Janeiro e Santos.

Entretanto, a solução mais eficaz é evitar a poluição dos mares. Isso implica uma mudança de atitude nossa como consumidores e, também, o desenvolvimento de soluções inteligentes para substituição do plástico.

Ou seja, só com um combo que inclua mudança comportamento, políticas governamentais e desenvolvimento de tecnologias por parte da indústria é que os mares ficarão livres da poluição.

Pelo menos a nossa parte já pode e deve ser feita já!

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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