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O plástico é um material que utilizamos de muitas formas. Ele surgiu como algo revolucionário, prático, higiênico e hoje se tornou uma praga com a qual combatemos para salvar vidas, não apenas a vida marítima, mas a vida em geral.
O plástico está no ar, na água e no solo. É um material de decomposição secular e as consequências do seu uso desenfreado não são totalmente conhecidas, mas dá para imaginar o tamanho do dano tendo em vista a quantidade de plástico que temos em nosso entorno.
E muito desse plástico poderia ser evitado, porque inútil. É o caso dos canudinhos.
Para quem ainda não sabe os canudinhos constituem uma grandíssima parte de todo o lixo plástico encontrado nos mares e oceanos, juntamente com outros plásticos de natureza descartável, e as redes de pesca.
Quando os canudos e outros materiais plásticos são descartados no meio ambiente, eles chegam aos oceanos e acabam contaminando toda uma cadeia alimentar. O peixe e outros animais comem, se engasgam, se enroscam no plástico ou no plástico em decomposição (microplástico) e as consequências disso, para além da morte destes animais, é a poluição das águas que causa contaminação por plástico de toda uma cadeia (para quem come peixe e outros animais aquáticos, mas mesmo quem não come peixe, come o plástico através do sal marinho).
Para diminuir esse impacto destrutivo, algumas cidades e alguns países no mundo inteiro estão proibindo o uso de alguns tipos de plástico inútil, como é o caso do plástico descartável.
Por exemplo, no Brasil, a Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro passou a fiscalizar, desde o dia 19 de julho de 2018, o cumprimento de uma lei municipal que proíbe o uso de canudos plásticos em locais como bares, quiosques e restaurantes da cidade.
Aquele que descumprir essa lei receberá uma multa de R$ 3 mil e em caso de reincidência, será o dobro do valor. De acordo com essa nova lei os estabelecimentos alimentícios terão até 60 dias para parar de comercializar canudinhos de plástico.
O Rio de Janeiro foi a primeira grande cidade brasileira a tomar essa iniciativa, que tem tido apoio de pessoas engajadas na causa ambiental. Mas muitos outros lugares do mundo já tomaram providências neste sentido, entre eles, a União Europeia, a França, as Ilhas Vanuatu, o Chile, entre outros países.
Se analisarmos toda essa questão, perceberemos o quanto o canudinho de plástico é desnecessário, afinal eles são usados por poucos minutos e na natureza levam cerca de 450 anos para serem decompostos.
Para saber o que pode ser feito para se evitar os danos causados pelo canudo de plástico, acompanhem o roteiro dessa matéria:
Provavelmente, os primeiros canudos surgiram na Suméria, no sul da Mesopotâmia.
Eram feitos de ouro e eram similares à uma bomba de chimarrão.
Os sumérios os utilizavam para beber cerveja, de certo para evitar os subprodutos sólidos da fermentação que se acumulavam no fundo das garrafas.
Em 1888, o americano Marvin C. Ston criou o canudo feito de papel. Em um dia de verão em Washington, ele teve a ideia enquanto bebia um Mint Julep com um canudo de palha que alterava o sabor da bebida, então ele teve a ideia do canudo de papel.
Em 1950, os canudos passaram a ser feitos de plástico e utilizados de forma intensiva e, dessa forma, começou o problema ambiental decorrente de seu uso.
A verdade é que é necessário um punho forte dos governos para que proíbam o uso (fabricação e comércio) deste e de outros materiais plástico descartáveis. Claro que isso envolve política, interesses, empregos, etc, mas organizando bem, tudo pode vir a calhar para o bem de todos.
Algumas iniciativas populares vêm apelando aos governos com grandes chances de sucesso.
Por exemplo, a ONG Meu Rio criou uma petição online para extinguir o uso dos canudos de plástico, que constituem cerca de 4% do lixo mundial e milhares de pessoas já assinaram apoiando essa medida.
Outra iniciativa parecida com a do Rio de Janeiro está em trâmite na Câmara Municipal de São Paulo e é um projeto de autoria do vereador Reginaldo Tripoli (Partido Verde) que visa banir o uso do canudo plástico dos estabelecimentos comerciais dessa cidade.
A Entidade MareVivo, com sede em Roma na Itália, lançou uma campanha de sensibilização para reduzir o uso de canudo plástico e com isso reduzir os males causados à vida dos animais aquáticos.
Esses são alguns exemplos mas, no mundo todo existem várias ações similares sendo instituídas, devido à necessidade de medidas para impedir que a situação piore, causando ainda mais danos à vida animal e à natureza.
A ONU estima que, em até 2050, existirão mais plástico do que peixes nos oceanos!
Segundo a Plastic Pollution Coalition, nos Estados Unidos são utilizados 500 milhões de canudos de plástico por dia.
De acordo com a ONG Ocean Conservancy, sediada nos Estados Unidos, no ano passado, o canudo foi o 7º item mais coletado nos oceanos no mundo inteiro.
Dados divulgados pela ONG Meu Rio alertam sobre a estimativa de que 90% dos animais já engoliram algum tipo de plástico, pelo menos uma vez na vida.
O Jornal O Dia noticiou que o índice de descarte de canudos é alarmante e, para se ter uma ideia, a utilização de 1 canudo por dia, durante 10 anos, produz 3.650 canudos plásticos nos aterros sanitários!
É impressionate que, contudo que tem de informação circulando por aí, ainda tem gente que compra canudo e bar que oferece canudo aos clientes com tanta opção disponível, inclusive a opção de simplesmente não usar canudo.
Algumas alternativas ecológicas para substituir o uso do canudinho, podem ser feitos com os seguintes materiais:
Na Itália, em Capaccio, foi feita uma campanha em defesa dos oceanos e preservação das praias, promovendo o não uso do canudo de plástico. Para isso 20 mil canudos foram substituídos em 2 meses pelo canudo feito com macarrão tipo ziti, uma espécie de bucatini (espaguete com furo no meio) só que com furo mais largo.
Este exemplo da Itália mostra que é possível utilizar alternativas inteligentes, originais e criativas para substituir o uso do canudo de plástico.
Outra opção é o canudo de papel. Ele é biodegradável, se decompõe rapidamente, não causando os estragos que o descarte do plástico causa na Natureza.
Este tipo de canudo pode ser confeccionado artesanalmente ou encontrado para compra em lojas de festas físicas e na internet. Sendo uma boa alternativa para os estabelecimentos comerciais, além de se ter a vantagem de ser um material reciclável.
O canudo de silicone tem as qualidades de ser flexível e reutilizável, entretanto se descartado de forma inadequada causa impacto prejudicial ao meio ambiente, por isso a importância do reaproveitamento e reciclagem dos diversos tipos de materiais que utilizamos em nosso dia-a-dia.
Canudos feitos de vidro podem ser duráveis e podem ser usados durante toda a existência se feitos de vidro do mesmo tipo do utilizado em laboratório, dessa forma os resíduos dos alimentos não grudam.
O canudo de metal é reutilizável e é possível levá-lo para outros lugares (trabalho, passeios, viagens, escola, etc.) Este canudo pode ser confeccionado a partir de vários tipos de metais, tais como: alumínio e aço inoxidável.
É conveniente pesquisar antes se o material metálico utilizados na fabricação do canudo, se é tóxico ou se solta metais pesados.
Existe possibilidade de encontrá-los em diferentes diâmetros e formatos.
Normalmente, o kit vem com um limpador interno e existem diversos modelos na Internet.
Aqui, cabe a sugestão da utilização da bomba de chimarrão que já é feita de materiais apropriados para tomar a bebida.
Uma opção natural, reutilizável, durável, prática, leve e lavável é o canudo de bambu. Têm diversos modelos no mercado. O site Paz em Gaia vende canudos de bambu feitos artesanalmente por uma comunidade caiçara do litoral de São Paulo. O bambu oferece a vantagem de não conter químicas e ser uma matéria-prima renovável, que pode ser produzida de forma sustentável.
Conheça o Said Trindade, o paraense que criou o canudo de bambu que vira adubo:
Said Trindade, o paraense que criou o canudo de bambu que vira adubo
Antigamente, quando não existia tecnologia, séculos atrás, os canudos eram feitos de palha que sobrava das colheitas dos grãos.
Isso esclarece porque em inglês os canudos são chamados de straw= palha e em Portugal é denominado palhinha.
A partir de 1900, estes tipos de canudos foram substituídos pelos de plástico.
A empresa californiana Harvest Straws trouxe os canudos de palha de volta e os produz a partir de sobras das colheitas.
As palhas são orgânicas, curadas e desinfetadas.
Depois de usados, eles se decompõe naturalmente e são biodegradáveis.
Do Vietnã canudos naturais, mastigáveis limpam os dentes e totalmente biodegradáveis
Assim como a palha, a cana também é uma planta que praticamente nasceu como canudo.
Estudantes brasileiros criaram um canudo feito de mandioca que além do mais é comestível.
Visto que canudo é um item bastante inútil, que tal usar a melhor alternativa de todas que é simplesmente não usá-lo?
Beba do copo como gente grande!!!
Outra alternativa mais prática e simples é só utilizar o copo mesmo, algo que habitualmente fazemos quado estamos em nossas casas.
Existe a possibilidade para quem tem canudinhos estocados, de reaproveitá-los fazendo vários tipos de artesanato, utensílios úteis e objetos de decoração ou uso doméstico, tais como:
O plástico contribuiu para inovações em nosso dia a dia, entretanto o problema foi a forma como o utilizamos e o destino que demos a este material.
Muita gente acha que todo o plástico é reciclável. Infelizmente não é assim:
Leia mais: Você sabia que nem todo tipo de plástico pode ser reciclado?
A educação e a conscientização andam de mãos dadas com todas estas ações éticas, conscientes e sustentáveis com o objetivo de diminuir o uso do plástico e o seu efeito nocivo aos seres vivos e ao meio ambiente.
Cada um fazendo sua parte melhora o inteiro, que é nosso planeta!
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