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Nas últimas semanas, vários veículos de comunicação, inclusive o GreenMe, vem noticiando uma fato alarmante: estamos sendo intoxicados por plástico. E “nós” não se refere apenas aos seres humanos, mas a todos os seres vivos do planeta.
Na Espanha, semana passada, uma foi encontrada morta com 29 quilos de plástico no estômago! E a ilha de lixo no Pacífico 3 vezes maior que o tamanho da França, vocês viram?
E nós, humanos, estamos ingerindo e respirando plástico sem que percebamos.
Tem plástico no sal de cozinha e até na água que bebemos.
É mais do que . As garrafas PET, por exemplo, levam centenas de anos para se decompor no meio ambiente. O que podemos fazer, em termos coletivos e individuais?
A novidade de hoje é que no Reino Unido, cientistas da Universidade de Portsmouth (Uk), Biotechnology and Biological Sciences Research Council e National Renewable Energy Laboratory (Usa) conseguiram modificar uma enzima natural capaz de digerir alguns plásticos poluentes. Essa enzima, conhecida como PETase, pode desintegrar o material PET (polietileno tereftalato) em poucos dias.
Essa descoberta pode revolucionar o processo de reciclagem, fazendo com que uma maior quantidade de plástico possa ser reutilizada. Só no Reino Unido, são usadas por ano 13 bilhões de garrafas plásticas, das quais apenas 3 bilhões são recicladas.
O processo ocorre graças a uma bactéria, chamada Ideonella sakaiensis, que “come” o PET, usando-o como forma de energia. Descoberta no Japão, os pesquisadores desse país identificaram que a bactéria estava vivendo em sedimentos localizados em um local onde era feita a reciclagem de garrafas na cidade de Sakai.
Conforme explicou à BBC John McGeehan, professor da Universidade de Portsmouth (Reino Unido) e participante do estudo: “O PET passou a existir em grandes quantidades nos últimos 50 anos, então não se trata de uma escala de tempo muito longa para uma bactéria evoluir para comer algo criado pelo homem.
Essa recente descoberta é ótima para o meio ambiente porque nem todo tipo de plástico pode ser reciclado. A reciclagem portanto não pode resolver sozinha o problema da poluição provocada por esse material. Existem alguns tipos de plástico que “aceitam” ser reciclados, mas não são aplicados à fabricação de outros produtos. Como se vê, a questão é bastante complexa.
É necessário fazer uma seleção prévia dos tipos de plásticos que podem ser reciclados, separando os produtos feitos com plásticos diferentes, segundo explica o site Manutenção e Suprimentos. Essa etapa de triagem é a primeira parte do processo de reciclagem.
Para que isso seja feito, é preciso saber identificar cada tipo de plástico. Pensando nisso, a Sociedade Americana de Indústria de Plásticos desenvolveu um padrão de código, que passou a ser utilizado em outros países além dos Estados Unidos. É o RIC, da sigla em inglês Resin Identification Code, como explica o Curiosando.
A vantagem desse código é que ele identifica o tipo de plástico usado na fabricação de qualquer objeto. Geralmente, ele está localizado na parte inferior do recipiente plástico, sendo constituído de setas em sentido horário que criam uma espécie de triângulo com cantos arredondados. Abaixo de cada triângulo, há uma combinação de letras correspondentes ao número de identificação localizado no interior do triângulo. Provavelmente, você já deve ter visto esse código, mas nunca entendeu o seu significado, não é mesmo?
São sete os tipos de plástico identificados pela Sociedade Americana de Indústria de Plásticos:
Tipo 1 – PET (tereftalato de polietileno): é um dos plásticos mais reciclados pela indústria de reciclagem e, também, um dos mais utilizados pelos consumidores, como garrafas de refrigerantes e de água, potes de manteiga de plástico e garrafas de molho para salada.
Tipo 2 – PEAD (polietileno de alta densidade): é um tipo de plástico reciclável, usado em algumas caixas de leite de plástico, garrafas de suco, frascos de xampu e os recipientes de detergente líquido.
Tipo 3 – PVC (policloreto de vinila): é um tipo de plástico reciclável menos aceito nos centros de reciclagem. Ele inclui alguns pacotes de alimentos de cor clara, recipientes de detergente líquido e muitos objetos para aplicações de sinalização e construção, por exemplo, os cones de trânsito.
Tipo 4 – PEBD (polietileno de baixa densidade): é um tipo de plástico para reciclagem usado em alguns sacos de pão e de alimentos congelados e latas de lixo.
Tipo 5 – PP (polipropileno): é um tipo de plástico aproveitado nas indústrias automobilísticas e na construção civil, como em carcaças de baterias automotivas, funis e canudos de plástico.
Tipo 6 – PS (poliestireno): é um tipo de plástico incomum para reciclagem e inclui algumas espumas para embalagem, talheres de plástico, embalagens de proteção para produtos eletrônicos e brinquedos.
Tipo 7 – Outros: são alguns tipos de plástico marcados como “outros” que não podem ser reciclados porque são feitos a partir de uma combinação dos seis tipos de plástico citados anteriormente.
Nós, consumidores, podemos e devemos mudar alguns hábitos de consumo. Embora mais caros, os potes de vidro são uma boa opção. Aos poucos, você pode ir substituindo os potes de plástico pelos de vidro. Evite usar filme plástico a todo momento. Prefira sacos que podem ser lavados e reutilizados e, no geral, reduza o consumo. Quantas coisas compramos por impulso e que depois vão parar no lixo?
Pense em seus hábitos e procure adaptá-los em conexão com os tempos em que estamos vivendo. Não podemos mais fazer uso indiscriminado do plástico como se o meio ambiente e os seres vivos, incluídos aí os seres humanos, não estivessem sendo contaminados por esse material.
A questão do plástico é uma das mais importantes e urgentes na temática ambiental contemporânea, e nós não podemos nos esquivar de nossa responsabilidade.
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Fonte foto: David Jones – UoP News
Categorias: Informar-se, Lixo
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