Estudantes brasileiros do ensino médio desenvolvem fraldas ecológicas, feitas de mandioca


Ainda que de forma tímida, algumas famílias já estão optando por fraldas ecológicas, pensando na saúde do seu bebê e no meio ambiente.

As fraldas descartáveis convencionais, ao serem jogadas no lixo, acumulam materiais que demoram muitos anos para se decompor. Muita gente voltou a usar a fralda de pano para evitar os danos ao meio ambiente. Embora hoje já contemos com máquina de lavar roupa, algo que nossas avós e mães não tinham disponível, é muito mais cômodo usar fraldas descartáveis na correria do cotidiano.

Para dar uma força aos papais e mamães conscientes, estudantes do ensino médio do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) da cidade de Juína, a 737 km de Cuiabá, produziram uma fralda a partir de um produto abundante na região e no Brasil: o amido da mandioca.

Conforme divulgado pelo 24 horas News, a motivação para os alunos desenvolverem a fralda ecológica partiu de uma experiência afetiva: o pai do professor e orientador da turma tem Alzheimer e precisa usar fraldas. Os cinco alunos participantes do projeto irão apresentá-lo a investidores esta semana em Recife. Eles substituíram o plástico, que é produzido de forma sintética a partir do petróleo, por um componente natural: o amido da mandioca.

Os estudantes estão correndo atrás de investidores interessados em produzir as fraldas em larga escala, o que ajudaria a reduzir o custo do produto. Segundo a aluna Mariana Sacht Nunes: “Estamos pensando em fazer um financiamento coletivo na internet. Pesquisamos no mercado e ainda não existe um produto parecido com esse sendo comercializado”.

Ela conta ainda que o grupo teve apenas 4 horas para pensar em um projeto de cunho social, o que exigiu muita dedicação deles para terminá-lo. Os demais estudantes que participaram do projeto “Toper Bio – Fraldas Biodegradáveis” são: Anderson de Brito Almeida, Evandro Carlos de Oliveira, Marcos Vinicius de Araújo, Wagner Leandro Júnior e Wanderson Perondi.

Valorização da ciência

Para o professor que orientou o trabalho, é muito importante o engajamento de estudantes em projetos com vistas a solucionar questões sociais. Segundo ele, foi a primeira vez que viu adolescentes perdendo noites de sono para desenvolver um projeto científico.

De fato, temos que valorizar projetos científicos que vêm sendo desenvolvidos por estudantes, sob orientação de professores de escolas e universidades públicas no Brasil.

Os recursos públicos precisam estar conectados com as demandas sociais, mas para isso é preciso, claro, investimento público, parcerias com a iniciativa privada e divulgação científica dos projetos que são criados por quem faz ciência no Brasil e para o Brasil.




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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