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Lavouras transgênicas – riscos e incertezas, é o livro resultante do extenso trabalho de investigação realizado por Gilles Ferment, Leonardo Melgarejo, Gabriel Bianconi Fernandes e José Maria Ferraz, disponível para download gratuíto aqui, obra patrocinada pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Agrário do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
Este livro denuncia que existem 750 estudos científicos que comprovam os males que os agrotóxicos causam à saúde humana e ambiental. Estudos esses que foram desconsiderados pela indústria, pelos governos e até por alguns Institutos de Pesquisa mas que estão aqui, em português, e em inglês, com o título de Transgenic Crops, para você conferir, se quiser.
Lavouras transgênicas surge 20 anos depois da introdução da soja transgênica no nosso país.
A gente logo pensa em câncer, claro e esquece que existe uma infinidade de outras doenças acometendo o ser humano e deteriorando sua qualidade de vida, nas últimas décadas.
Pense, no caso, nas inflamações intestinais diversas, nas deficiências nutricionais, nas dificuldades digestivas, nas crises de arrotos, gases e estufamento que todos sofremos mais do que nossos avós.
Pense nas alterações dos sistema reprodutivo, na infertilidade cada vez maior, nos problemas renais e de tireóide.
Vou elencar, para que fique mais claro: a denúncia é de que o glifosato, amplamente espalhado na nossa vida de há 20 anos para cá, produz, dentre várias outras, as seguintes doenças:
● doença celíaca
● inflamações gástricas
● destruição da flora intestinal
● infertilidade
● problemas renais
● problemas de tireóide
● câncer
Um dos estudos citados no Lavouras transgênicas, sugere que a “causa mais importante nessa epidemia” é o glifosato (usado também, é bom lembrar, como ‘mata-mato” nos municípios brasileiros). Trata-se do estudo publicado em 2013 pelo pesquisador independente Anthony Samsel e Stephanie Seneff, do Laboratório de Inteligência Artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT).
Glifosato, sabemos, é o ingrediente ativo do herbicida Roundup, da Monsanto, certo? E se refere às proporções epidêmicas dos processos inflamatórios que levam à doença celíaca. Mas também se refere ao glifosato como inibidor de algumas enzimas digestivas, levando à deficiência em ferro, cobalto, molibdênio, cobre e outros metais raros, associadas a ocorrências de infertilidade, abortos e malformações congênitas, comuns à doença celíaca.
O uso do glifosato na cultura do trigo, para acelerar a maturação das plantas e facilitar a colheita, um processo chamado de dessecação, é o percurso mais direto para que nós, comedores de trigo, absorvamos glifosato. Afinal, não é o trigo, a planta em si, que é ruim e sim todo o glifosato que essa monocultura hoje contêm.
Não só o trigo, porém, é contaminado com glifosato – também a cana de açúcar da América Central e, desta contaminação se verificam os diversos problemas renais de que padecem os trabalhadores do setor.
“A liberação dos transgênicos ameaça o direitos do agricultores de seguirem plantando as sementes de sua preferência, ameaçando também a base genética da qual depende o próprio futuro da nossa alimentação. Uma plantação contaminada não pode produzir sementes para plantio no ano seguinte pois assim espalhará a contaminação. O agricultor deve recorrer a colegas, feiras de sementes ou pesquisadores que tenham aquela semente para poder voltar a plantá-la. No caso das plantações certificadas como orgânicas o agricultor ainda enfrentará um prejuízo econômico por não poder vender sua plantação como orgânica”, alerta o agrônomo Gabriel Fernandes, da equipe executiva da ASPTA Agricultura Familiar e Agroecologia, do Rio de Janeiro.
Atualmente, após essas duas décadas de transgênicos no agronegócio, temos inúmeras plantas resistentes a herbicidas e o uso, consequente, de maiores quantidades de agrotóxicos. É o caso da soja para ração animal, do milho para alimentos infantis, do milho para a cerveja, do algodão para a produção de óleos e outros subprodutos com todo o imenso prejuízo à nossa saúde.
Outra denúncia séria do Lavouras transgênicas é o comprometimento de cientistas com as empresas que lhes financiam os estudos: parece teoria da conspiração só que é realidade:
“Há muitos cientistas, inclusive dentro da CTNBio, que fazem vista grossa para publicações científicas que sustentam a dúvida e, ao mesmo tempo, enaltecem os argumentos de propagandas veiculadas em campanhas de marketing, que reafirmam bobagens com a ilusão de que as lavouras transgênicas teriam provocado redução no uso de agrotóxicos, quando este quadruplicou.
O avanço dos transgênicos ampliou e amplia mais, ano a ano, o uso no Brasil de venenos cada vez mais tóxicos, com impactos sobre a saúde e o ambiente”, afirma o coordenador do Grupo de Trabalho de Agrotóxicos e Transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Leonardo Melgarejo, e ex-membro da CTNBio.
Cientistas estes que produzem laudos e teorias justificativas da ampliação do uso de transgênicos e agrotóxicos, sem se importarem com o comprometimento ambiental (no qual está o ser humano, é claro).
“Pesquisas feitas com verbas de empresas em parceria com órgãos públicos geralmente têm contratos com cláusulas que proíbem a divulgação dos dados obtidos sem a autorização da contratante. Ou seja, só serão divulgados dados se os resultados forem favoráveis. Se forem desfavoráveis, não serão publicados. Assim, temos empresas públicas e universidades públicas trabalhando para o interesse das empresas privadas. Uma parceria interessante para as multinacionais, que apenas pagam os salários dos pesquisadores e professores”, afirma o pesquisador aposentado da Embrapa José Maria Ferraz, pesquisador convidado do Laboratório de Engenharia Ecológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-membro da CTNBio.
E, ainda resta a se discutir todo o mal que o uso do glifosato e diversos outros agrotóxicos causam ao meio ambiente ao contaminarem outras plantas, outras lavouras, nossas águas e bichos.
A vida estará comprometida enquanto o uso dos agrotóxicos, e das plantas transgênicas que os acompanham não for, totalmente, banido.
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Categorias: Agricultura, Informar-se
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