Em aumento o número de pessoas em situação de rua: pode acontecer com qualquer um


Quem são as pessoas que moram nas ruas? Muitas delas estão, e não são, da rua (por isso se diz “em situação de rua”). Pode acontecer comigo, com você. E a situação só aumenta, no Rio de Janeiro, no Brasil, no mundo. Mas como?

Dados estatísticos do Programa de Apoio e Inclusão Social à População de Rua, um estudo feito a pedido da Prefeitura do Rio de Janeiro, mostram que o número de pessoas em situação de rua vem aumentando a cada ano: passou de 5.580, em 2013, para quase 15 mil em 2016, conforme noticiou o G1. E muitas destas pessoas têm curso superior!

Pode acontecer comigo, com você, com a maioria das pessoas “normais”, “comuns”. E o fenômeno não é somente carioca. É mundial!

Pense na situação: um dia você perde o emprego. Você pagava aluguel, estava em dia com as contas de água, luz, tudo. Tua vida não era um luxo mas você tinha um teto, um banheiro, uma cozinha, uma cama. Você subitamente começa a procurar outro emprego e consegue, nos primeiros meses de desemprego, pagar o aluguel e até faz bicos enquanto não consegue um emprego com carteira assinada. O tempo passa e…nada. Qual é a solução?

Isso falando de modo muito superficial porque a realidade é muito mais dura, principalmente se falarmos de famílias com crianças, pessoas enfermas, idosas etc.

Só não pode acontecer com você se você tiver mãe, pai, parentes, amigos ou pessoas que possam te acolher por tempo indeterminado. Difícil né?

A reportagem do G1 fala de jovens que, sem dinheiro para voltarem para suas casas, se abrigam no centro da Cidade Maravilhosa, aquela que mundo afora, e Brasil adentro, é objeto de sonho turístico. Uma cidade minguada que respira com dificuldades após os grandes eventos que recepcionou e que deveriam ter-lhe trazido benefícios sociais, econômicos. Vai pensando!

Mas não é só essa cidade turística brasileira que vê a olho nu o aumento diário deste fenômeno. Capitais europeias passam pela mesma dificuldade de gestão social.

Situação constrangedora

É claro que a situação é delicada e que ninguém gosta de ver pessoas vivendo nas ruas, fazendo delas as suas necessidades, a sua casa privada.

É claro que a primeira vista a sensação pode ser de horror, nojo, repulsa, mas principalmente de medo, afinal ninguém sabe quem são estas pessoas. Mas com certeza cada uma delas tem uma história particular de vida que as levou até ali e, muito provavelmente, elas não estão ali por prazer. Portanto, apesar dos pesares, dos medos e do desgosto em vê-las, tais pessoas merecem respeito, a priori.

Um amigo na rua. Poderia ser eu

Aconteceu comigo e pode acontecer com qualquer um: o acesso ao Facebook e outras redes sociais nos leva a “rever” pessoas que há muito tempo não tínhamos notícias.

Uma vez vi no Facebook a foto de um rosto conhecido, mas não podia ser um meu velho conhecido, ainda que fosse muito parecido pois a foto era de um morador de rua. Lendo o post que acompanhava a foto porém, percebi que sim, tratava-se propriamente dele, um amigo da adolescência, descrito como pessoa muito inteligente e talentosa e infelizmente em situação de rua. Isso me fez entender o quão próximo esta possibilidade está da gente. Aconteceu com ele, pode acontecer comigo e pode acontecer com você.

Muitas pessoas precisam de ajuda, de todo o tipo, até mesmo de um sorriso quando a gente passa por elas.

Distribuição de renda

A solução seria muito simples se nossa sociedade mundial fosse mais igualitária. Como sabemos, OS 8 MAIS RICOS ACUMULAM O QUE A METADE DA POPULAÇÃO MUNDIAL POSSUI.

Enquanto prosseguimos neste sistema, o que podemos fazer é ajudar – no nosso pequeno – porque realmente, estar na rua é uma situação que pode acontecer com qualquer um de nós.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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