Na Indonésia acontece uma revolução – a gestão das florestas foi confiada às comunidades indígenas, um projeto do presidente do país, Joko Widodo que marca um ponto decisivo de mudança e desenvolvimento.
Depois de décadas de conflito interno para preservar e supervisionar as belezas ambientais do país, serão 9 comunidades indígenas as responsáveis por cuidar das florestas. A mudança de atitude, radical não só para a Indonésia, se apoia na compreensão de que são os povos indígenas que mais sabem preservar as matas e ecossistemas de onde tiram sua subsistência há milênios.
As nações indígenas da Indonésia já lutam há décadas pelo reconhecimento de seus direitos, sua cultura e forma de vida. Esta situação, que já não era fácil durante o período colonial (Indonésia foi colônia da Holanda até o final da II Grande Guerra) piorou muito após a independência, em 1945.
O atual governo conseguiu, em um importante passo simbólico, juntar as 9 comunidades indígenas autóctones em torno de um projeto de interesse nacional – a preservação das florestas tropicais.
“O reconhecimento do manejo comunitário das florestas não se limita ao reconhecimento dos direitos da Comunidade tal como indicado na Constituição de 1945. O reconhecimento também significa apreciação dos valores originais da Indonésia e sua identidade como uma nação“, disse o presidente Widodo.
Nesse ato, a comunidade Kajang foi considerada como o modelo nacional para o manejo correto das florestas tropicais da Indonésia, por sua longa luta para a preservação do modelo indígena versus o modelo governamental de “florestas de produção para uso limitado ‘.
A chave para o reconhecimento do modelo Kajang como o melhor para a proteção das florestas foi a parceria estreita entre as organizações parceiras de Agroflorestal e Florestas em Sulawesi (AgFor), a comunidade Kajang e o governo local.
Embora as florestas Kajang sejam relativamente pequenas e isoladas, a luta para protegê-las tem tido um grande impacto na política da Indonésia. Elas são o lar de muitas espécies endêmicas, símbolos para a cultura local. A preservação das florestas Kajang ajudará na redução das emissões de CO2, a redução do desmatamento, da exploração do solo e, consequentemente, dos processos erosivos.
Esta é uma história com final feliz e também um bom augúrio pois, demonstra a forte vontade dos indígenas em defenderem suas terras, sua maneira de viver e de se integrar com a natureza, protegendo e preservando os recursos naturais, à exemplo dos seus antepassados que assim sempre viveram.
E também mostra que um governo, mesmo um governo não indígena, pode confiar e até dar o passo deste importante pacto social em prol do meio ambiente que somos todos nós.
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