Adeus à Bernal Varela, ativista pelos direitos das mulheres indígenas


Adeus à Yoryanis Isabel Bernal Varela, líder da tribo Wiwa e ativista pelos direitos das mulheres indígenas.

A notícia vem de José Gregorio Rodríguez, secretário da organização Wiwa Golkuche.

“Yoryanis Isabel Bernal Varela foi uma ativista em todos os processos que dizem respeito às tribos indígenas Wiwa, estava lutando pelos direitos das mulheres e buscava sempre o diálogo com a comunidade, até que encontrasse soluções pacíficas”, explica Rodriguez.

Aos 43 anos, Bernal Varela foi baleada na cabeça ao sul de Valledupar. A polícia está investigando o assassinato mas a ativista é apenas mais uma das recentes vítimas de uma série de ataques contra os líderes da Sierra Nevada, que estão na linha de frente para salvar os nativos da América do Sul.

Entre outros assassinatos, lembramos o de Laura Leonor Vásquez Pineda e o de Isidro Baldenegro López, que ganhou o Prêmio Goldman em 2005 por sua luta contra o desmatamento ilegal, além de Berta Cáceres, que durante anos lutou para defender os direitos dos povos indígenas de Honduras e em 2015 recebeu o prestigioso Prêmio Ambiental Goldman, considerado o Nobel para o ambiente.

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Agora temos mais uma grande perda. Bernal Varela defendeu os Wiwa, uma das quatro tribos da Sierra Nevada de Santa Marta, uma montanha em forma de pirâmide, no norte da Colômbia.

“Esses povos indígenas sempre foram ameaçados e intimidados. Bernal Varela era uma nossa companheira, todos os nossos direitos foram violados. Os outros líderes precisam de proteção continua José Gregorio Rodríguez.

O quadro é desastroso e não está ligado apenas à Colômbia. Ativistas em toda a América Latina são assassinados ao lutar contra o roubo de suas terras ancestrais, contra o esgotamento dos recursos naturais ou contra a exploração descontrolada do solo. E os assassinos raramente fazem contas com a lei.

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“Com a morte de Bernal Varela vai-se uma uma grande mulher, corajosa, sempre na vanguarda dos direitos das mulheres Wiwa, termina José de los Santos Sauna, governador Arhuaco, Kogi e Wiwa.

Desde o início de 2017, são 9 os líderes indígenas mortos, mas são 119 os mortos desde que foi assinado o acordo de paz com as FARC. Enquanto isso, o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, continua a afirmar que os assassinatos são eventos isolados e nega a validade do paramilitarismo no país.

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Fotos: El Heraldo




Redação greenMe

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