Patrimônio Mundial inscrito na UNESCO, o PN Serra da Capivara é um parque arqueológico que abriga pinturas e gravuras rupestres, no bioma da Caatinga, no sudeste do Piauí. Na verdade, o Serra da Capivara é a área de maior concentração de sítios pré-históricos de todo o continente americano.
Mas, está sendo destruído ou melhor, está sendo “deixado ao léu” por falta de repasse das verbas necessárias à sua manutenção.
Nessa terça-feira (16), a arqueóloga Niéde Guidon denunciou que o parque está abandonado e que caso não sejam mandado recursos para o pagamento de funcionários, ela vai comunicar para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) o seu desligamento da gestão do parque.
Nilde Guidon é diretora-presidente da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), entidade administradora do Parque Nacional da Serra da Capivara e sustenta que o parque, durante muito tempo, vem pedindo recursos mas, agora diz que se cansou, demitiu-se da Fumdham e da direção do parque, denunciando o total estado de abandono da reserva.
Mas no dia seguinte (17), o Ministério do Meio Ambiente se manifestou pela liberação de uma verba emergencial de R$ 1 milhão: “O ministro (Sarney Filho) reafirma seu compromisso com o Parque Nacional Serra da Capivara e está envidando esforços junto ao Governo para conseguir estruturalmente recursos para sanar de vez os problemas do Parque. Emergencialmente, um milhão de reais do orçamento do próprio Ministério do Meio Ambiente já foi remanejado por sua decisão, no dia de hoje (17), para o Parque”.
foto: estacaofloresta
foto: Uol
Mas, caso o recurso prometido não chegue – e não foi dito de onde sairá o dinheiro – o PN Serra da Capivara poderá fechar suas portas, como afirma a coordenadora da Fundação Museu do Homem Americano (Fundham), Rosa Trakalo: “A degradação vai ser visível e sem dúvida o fechamento do Parque é uma ameaça”.
Já a arqueóloga Niéde Guidon avisou que, caso os recursos prometidos pelo Ministério do Meio Ambiente não sejam entregues em tempo, ela comunicará à Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) o seu desligamento da gestão do parque. Mas, esta fonte avisa de que tal comunicação já foi realizado. O que significará isso? Talvez que o Brasil perderá esse sítio patrimônio da humanidade a não ser que haja, rápida e competentemente para sua recuperação institucional.
Este parque nacional brasileiro, criado em 1979 (decreto de nº 83.548, 5 de junho de1979), como unidade de conservação para proteger importantes exemplares do patrimônio pré-histórico brasileiro e sul-americano contém uma imensa quantidade de sítios arqueológicos (737 sítios arqueológicos catalogados) com artefatos líticos, esqueletos humanos, pinturas rupestres de, aproximadamente, 30.000 figuras coloridas, representando cenas de sexo, dança, parto e animais locais, como a capivara. Com os estudos arqueológicos realizados no Serra da Capivara, se conclui que o homem habita a região há, pelo menos, 50.000 anos, dos mais antigos registros na América.
E lá se vai, pela incúria e má gestão, um parque arqueológico de importância global. Não adianta prometer e não cumprir pois, embora as pedras não sairão do lugar, lá na Serra da Capivara, a sua degradação já está a caminho.
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Fontes e foto: portalaz, oGlobo, wikipedia
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