Monsanto na Nigéria contra a vontade dos cidadãos


A Monsanto não goza de boa reputação na Europa e então vem tentando cada vez mais seguir sua estrada em direção aos países em desenvolvimento, onde o cultivo de culturas geneticamente modificadas nos últimos anos vem se espalhando como incêndio.

A Agência Nacional para a gestão da biossegurança (NBMA) – que regulamenta a biotecnologia na Nigéria – deu duas novas licenças à Monsanto para o comércio e a disposição no mercado do algodão GM e para cultivação teste de milho GM.

As duas licenças foram assinadas por Rufus Ebegba, diretor-geral do NBMA, durante um feriado (1° de Maio de 2016), sem respeitar a opinião dos habitantes do país e os acordos anteriores.

As autorizações foram emitidas mesmo apesar de o ministro do Meio Ambiente, Ibrahim Jibril, ter declarado que a Nigéria nunca iria ceder à segurança de seus cidadãos em troca da introdução de produtos não aprovados pelo país e pela população.

O incidente provocou a reação de 5 milhões de habitantes e 100 organizações representativas, incluindo agricultores, grupos religiosos, estudantes, grupos da sociedade civil e das comunidades locais.

A organizações que se opõem aos OGM já expressaram os riscos sanitários e ambientais em cultivos de culturas geneticamente modificadas e recordaram que os OGM’s da Monsanto são projetados para resistirem ao herbicida Roundup, feito a base de glifosato, a substância que a Organização Mundial de Saúde declarou ser provavelmente cancerígeno.

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Segundo a Mother Earth Foundation, o NBMA fez de tudo para enganar os nigerianos sustentando que os OGM’s são seguros para a saúde e o meio ambiente e emitiu novas licenças para a Monsanto em um feriado quando os escritórios estavam fechados.

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O NBMA na Nigéria estaria trabalhando apenas para favorecer o lucro das empresas da biotecnologia, sem levar em conta as consequências para a saúde e para o meio ambiente do cultivo e comercialização de culturas geneticamente modificadas. As preocupações dizem respeito, em particular, ao uso pela Monsanto de genes marcadores de resistência à antibióticos e à potencial transferência da mesma resistência a outros seres vivos. As suspeitam recaem sobre o gene marcador ARMG que deveria ser usado apenas em testes de campo e não para produtos agrícolas comercializados.

Do seu lado, a NBMA nega que haja evidência de perigo para a saúde com relação aos OGM’s. No entanto, a avaliação da OMS é clara e um novo estudo associou o uso de glifosato na agricultura com a ocorrência de artrite reumatóide.

Não se sabe se a Nigéria irá ouvir os desejos dos cidadãos e se oporá aos OGM’s, enquanto a Comissão Europeia irá votar sobre o glifosato em 23 de junho.

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Fonte fotos: ecowatch




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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