O Brasil assinou, por sua ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Teresa Campello, a Carta de Milão no Fórum de Ministros de Agricultura da Expo Milão 2015 tornando-se um dos signatários, junto com outros países, para o estabelecimento da segurança alimentar, o incentivo a programas sociais contra a fome e o combate à pobreza, como base de atuação governamental.
Mas, a Carta de Milão trata também de outros direitos inerentes à condição humana, e até agora pouco referenciados pelos governos mundiais, com algumas exceções. O documento defende o acesso à água, a alimentos saudáveis e a energia, para toda a população mundial, direitos esses que exigirão dos governos políticas muito claras e sérias para que se torne possível o que hoje ainda é sonho em muitos lugares.
Desenvolvimento sustentável, agricultura responsável, redução das desigualdades sociais e o respeito à identidade sociocultural foram pontos centrais dos acordos assinados.
“O grande mérito da superação da fome no Brasil é que o combate à subalimentação deixou de ser uma questão filantrópica para ser o centro das políticas públicas”, destacou a ministra, lembrando que, desde 2002, o Brasil reduziu em 82% o número de subalimentados. E que “chegamos a um percentual de 1,7% de subalimentados no Brasil. Isso significa que 98,3% da população brasileira têm acesso a alimentos e tem segurança alimentar” destacou Teresa Campello sobre essas históricas vitórias brasileiras.
O discurso de encerramento do Fórum foi feito por Luis Inácio Lula da Silva, ex-presidente brasileiro entre 2002 e 2010, época em que o Brasil começou a aplicar políticas sociais que visavam diretamente a redução da fome nas áreas carentes do país, o programa Fome Zero, e outras que visavam reintegração de famílias abaixo do nível de pobreza, o Bolsa Família.
Estes 2 programas, o aumento de renda mínima, a merenda escolar e a maior oferta de alimento com maior qualidade protéica acessível garantiram ao Brasil a saída do Mapa da Fome Mundial desde 2014 desde 2014 por sua bem sucedida estratégia de combate à fome e ter reduzido de forma muito expressiva a desnutrição e subalimentação nos últimos anos.
Mais uma vez, Lula instou os governos nacionais a assumirem sua responsabilidade no combate à fome, através da aplicação de políticas públicas de proteção social e apoio àqueles que produzem os alimentos, os agricultores.
A assinatura da Carta de Milão é mais uma das grandes vitórias brasileiras pois, como afirmou Lula “a fome não é um fenômeno natural, mas um fenômeno social que é resultado de um desequilíbrio nas estruturas econômicas dos países”.
É possível vencer essa luta, basta vontade política e boa gestão. E a limpeza dos “ralos” por onde costuma escapar o dinheiro dos orçamentos públicos.
Leia também: Brasileiro José Graziano é reeleito diretor-geral da FAO
Fonte foto: gianlucagalimberti.it
Categorias: Agricultura, Informar-se
ASSINE NOSSA NEWSLETTER