Brasileiro cria protótipo que tranforma lixo em energia


Quem nunca assistiu um filme de ficção científica como a primeira parte de “Volta para o Futuro” em que o personagem Doutor Brown “alimenta” sua máquina do futuro com lixo, em um maquinário recolhido no futuro, mais precisamente no ano em que estamos, 2015? Com certeza todos nós já vimos algo do gênero neste filme ou em outras mídias, pois não é que uma invenção, ainda em seu protótipo de gaseificador, um equipamento capaz de produzir gases de síntese e para geração de energia, foi construído na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP.

O projeto é de autoria do engenheiro agrícola e ambiental Felipe da Silva Nascimento e tem a finalidade de proporcionar o aproveitamento de resíduos descartados no meio ambiente, a maioria lixo-não reciclável e bagaço de cana-de-açúcar.

Ainda em fase de testes, o protótipo de gaseificador mostrou bom potencial, o que gerou expectativa para sua utilização em locais como aterros sanitários, os famosos “lixões“.

O engenheiro agrícola e ambiental, criador do projeto, explica seu funcionamento: “os resíduos são usados como material combustível, sendo colocados no gaseificador e transportados por um parafuso helicoidal até uma câmara reatora no interior do equipamento. Nesse local, o material será gaseificado e seus produtos succionados por uma tubulação até um reservatório ou ponto de utilização para geração de energia. São necessários materiais reativos para se utilizar como combustível”.

Em um primeiro momento, qualquer material que, queimado, possa atingir uma temperatura próxima de 600 graus Cº, produzindo os gases energéticos. “Os testes mostraram que o material precisa ser cominuído, ou seja, fragmentado em pedaços menores, para não obstruir o transportador”, observa. “Dos materiais testados o que melhor satisfez as condições de operação testadas foi o bagaço da cana-de-açúcar”.

E o alvo das pesquisas não ficam apenas no lixo descartável, mas também em material utilizado para reciclagem na criação dos gases energéticos. Tal produção contribuíria em muito com a diminuição dos aterros sanitários e todos os problemas que eles geram. Afinal, o material reciclável também é o material com maior potencial de duração e poluição ao meio ambiente.

Para utilização prática, o gaseificador produz gases energéticos e de síntese: Os gases energéticos podem ser utilizados para geração de luz e calor, como combustíveis de sistemas, motores, entre outros. Os gases de síntese, como o nome diz, são utilizados na síntese de produtos, como fármacos entre outros compostos químicos”, afirma Felipe Nascimento.

O engenheiro também aponta que serão necessários investimento e muita pesquisa para tornar o protótipo em uma realidade, “para criar um produto de baixo a médio custo, além de estudos sobre mais opções de dispositivos a serem implantados, relação custo benefício e afins”, conclui o engenheiro agrícola e ambiental.

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Redação greenMe

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