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Muitas pessoas gostariam de parar de comer carne seja por questões ambientais, seja por serem contra os maus-tratos com os animas, seja por questão de saúde. Mas outras optariam, se pudessem, pela carne orgânica. O que é carne orgânica, onde se produz e quais são os critérios usados para a sua certificação?
A ONG WWF-Brasil apoia a pecuária orgânica com certificação realizada no Pantanal Mato-grossense, através do Programa Cerrado Pantanal – que reconhece atividades que contribuem para conservar e preservar o meio ambiente –, em parceria com a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica.
Localizada na cidade de Aquidauana, a 195 km da capital Campo Grande, esse é um dos espaços que ganharam a certificação ABPO, pelo seu pioneirismo, em enfatizar a produção de carne orgânica e ecoturismo.
São mais de três mil hectares de área total, abrigando ainda a Pousada Aguapé, em um cenário belíssimo, cheio de biodiversidade, ou seja, mais um dos paraísos do Pantanal.
A Fazenda já tem um século e meio de existência e tem diversificado suas atividades desde o ano de 1989, incluindo o ecoturismo, adotando a perspectiva da pecuária orgânica, além de apoiar projetos de conservação – Projetos Tamanduá e Arara Azul.
A carne orgânica é produzida com critérios de responsabilidade socioambiental que consideram o bem-estar dos animais durante a criação e a conservação do meio ambiente. Todo o processo de produção (criação dos animais, processamento dos produtos e venda ao consumidor) é rastreado e auditado. O sabor específico da carne é garantido pelo uso das pastagens nativas do Pantanal e pela seleção genética dos animais.
O apoio da ONG na Fazenda pantaneira levou em conta o fato de a localidade adotar modelo produtivo que leve em consideração os valores de sustentabilidade, tanto ambiental quanto social.
A certificação pode ser obtida por terras que, além de desenvolver pecuária orgânica, atendam a requisitos, tais como:
* Respeito à legislação trabalhista brasileira – registro de todos os trabalhadores, direito à moradia, alimentação, saúde, educação etc;
* Não conta com trabalho escravo e infantil;
* Apresentar tanto a área de Reserva Legal, quanto a de Preservação Permanente intactas;
* Ausência de agrotóxicos;
* Contribuição para conservação de recursos hídricos.
Atualmente, segundo o Programa Cerrado Pantanal, são 12 fazendas certificadas, estando todas no estado do Mato Grosso do Sul.
A ideia, agora, é a de ampliar as certificações, evidentemente, mediante esforço de proprietários em adequar sua produção às normas das instituições que fiscalizam o meio ambiente – como a ABPO.
Se a intenção é comer carne sem dor de consciência, a carne orgânica poderia resolver, ainda que não totalmente, alguns dos problemas por ela causados:
Como se sabe, a pecuária está ligada a problemas ambientais por vários motivos: a emissão de gás metano bovino (de esfeito estufa que causa o aquecimento global), o desmatamento para dar lugar a pastagens, o uso indiscriminado de antibióticos que acaba por poluir as águas, o desperdício de água, alimentos e terras, entre tantos outros impactos ambientais.
Neste ponto a pecuaria orgânica poderia minimizar tais problemas.
Mas o consumo de carne também está ligado à diversas doenças especialmente ao câncer colorretal. Neste caso, não haveria muita diferença entre uma carne e outra. Já quanto aos maus-tratos que a pecuária impõe aos animais, ainda que estes venham a ser bem tratados, serão sempre abatidos para alimentarem o homem.
Cabe a cada um fazer suas escolhas de acordo com suas crenças e seguir recomendação médica nos casos de saúde.
Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Agricultura, Informar-se
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