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Você sabia que de cerca de 800 toneladas de própolis consumidas em todo o mundo, o Brasil produz quase 170? Sim, é o segundo maior produtor de própolis, sendo o primeiro a China.
Entretanto, nós detemos poucas patentes em relação a esse produto natural. Quase a metade de todas as patentes relacionadas ao própolis nacional (43%) são de propriedade do Japão.
A Europa tem se mostrado cada vez mais interessada no própolis orgânico certificado do Brasil, pelo fato de ser 100% isento de metais pesados e outros contaminantes, como micróbios, e também pelo sabor suave peculiar.
Um estudo confirmou as propriedades antioxidantes e antimicrobianas da própolis orgânica certificada produzida na Região Sul do Brasil foi finalizado recentemente na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), em associação à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Na ocasião, foram investigadas 78 amostras, coletadas no sul do Paraná e norte de Santa Catarina, em diferentes apiários.
Nesse total, identificou sete variantes de própolis orgânica, com comprovadas atividades antioxidante e antimicrobiana. Apesar de haver teores muito baixos de flavonoides, que são as substâncias notoriamente responsáveis pelas propriedades antioxidantes e antimicrobianas das própolis, as mesmas propriedades são exercidas pelos ácidos fenólicos. Nas amostras pesquisadas, foram percebidos altos teores de ácidos gálico, cafeico e cumárico, entre outros tipos de ácidos fenólicos.
A atividade antimicrobiana da própolis já era empiricamente conhecida pelos antigos sacerdotes egípcios, que a utilizavam no processo de embalsamamento, para proteger as múmias do ataque de fungos e bactérias.
Há relatos de uso da própolis também na Idade Média, para prevenir infecções no cordão umbilical de recém-nascidos. E, até mesmo na Segunda Guerra Mundial, a própolis foi empregada como agente cicatrizante e antimicrobiano no tratamento de soldados em alguns hospitais da antiga União Soviética.
O produto consiste, basicamente, em uma resina vegetal, “expelida” por plantas, e coletada em botões florais pelas abelhas presentes no ambiente. As abelhas recolhem a resina e a carregam para a colmeia, onde desempenha várias funções úteis, como: vedação, impermeabilização e assepsia ambiental etc.
Foram essas funções, essenciais para a preservação da colmeia, que fizeram com que o material fosse chamado de “própolis” – do grego, pro, “em benefício de”, epolis, “cidade”.
Por causa de sua constituição, rica em compostos fenólicos, essas resinas têm um grande poder antioxidante, antifúngico e antibacteriano. As abelhas raspam as plantas e transportam as resinas.
Uma vez na colmeia, a função da própolis é, antes de tudo, de proteção física, pois as abelhas têm fobia à luz e utilizam a resina para vedar as frestas e criar um ambiente penumbroso e termicamente equilibrado.
Em razão de sua ação antimicrobiana, o material funciona também como um poderoso esterilizador, fazendo com que a atmosfera interna da colmeia seja muito mais estéril do que a atmosfera externa.
Os produtores retiram a própolis, abrindo janelas laterais, de dois a três centímetros de altura, na cobertura resinosa da colmeia – janelas que as abelhas voltam a fechar, com mais resina.
O passo seguinte do estudo será uma investigação sobre a possível atividade anti-inflamatória e analgésica, bem como da citotoxicidade e da ação anticancerígena da própolis orgânica.
Além disso, os pesquisadores pretendem investigar as eventuais diferenças entre as soluções aquosa e alcoólica de própolis. A pesquisa que conduziram até agora foi feita com a solução alcoólica, que é a mais fácil de produzir. Porém, como muitos consumidores não podem ou não querem ingerir álcool, existe uma demanda crescente pelo extrato aquoso.
Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Agricultura, Informar-se
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