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Lideranças de associação de pescadores reclamam publicamente sobre o tratamento a eles dispensado pelo governo federal e solicitam uma atmosfera de segurança para poderem retornarem às suas residências.
Entre 2012 e 2013 os profissionais do ramo da pesca, Alexandre Anderson de Souza, sua esposa, Daize Menezes de Souza e Maicon Alexandre Rodrigues, que viviam no município de Magé, no Rio de Janeiro e ficaram conhecidos por resistirem a um grande projeto da Petrobras, de criar o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) na região. Consequentemente receberam ameaças diversas de grupos armados, de que seriam mortos. Assim, foram convidados a se retirarem da cidade pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, além de serem incluídos no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).
Até hoje não conseguiram voltar para suas casas, vivem como clandestinos e tiveram de abanonar a Associação dos Homens do Mar (Ahomar), a qual presidiam.
Os pescadores afirmam que veem uma ação conjunta entre a secretaria e a Petrobras, de modo a mantê-los longe do local. É importante destacar que o Comperj é o principal investimento da história da Petrobras, com recursos do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – da ordem de US$ 13.5 bilhões – cerca de R$ 27 bilhões. Com a ação da Secretaria, a resistência dos profissionais da pesca foi sufocada, deixando o caminho livre para a ação da petrolífera brasileira.
Entre 2009 e 2014 quatro outros dirigentes da Ahomar foram mortos. Daize e Alexandre escaparam de 7 atentados, ao todo.
Mesmo assim, continuam fazendo manifestações e pressões, contando com colegas que têm se manifestado em Magé e paralisaram trechos das obras, na Justiça.
A própria assessoria de Direitos Humanos da Anistia Internacional relata achar o caso bem estranho, porque as pessoas envolvidas em qualquer programa de proteção não podem ficar tanto tempo longe de suas casas, e ressalta que a proteção não deve, de modo algum, esvaziar a luta dos pescadores, como vem acontecendo. O caso está para ser decidido pelo Ministério Público Federal.
O Comperj, que teve seu projeto lançado em 2006, tem atualmente um orçamento que corresponde ao dobro do inicialmente previsto, além de ter sua abertura atrasada em 4 anos.
Fonte: congressoemfoco.uol.com.br
Categorias: Cidades, Informar-se
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