Nos últimos dias, ganhou força mundialmente uma questão agrícola que envolve o Brasil. Trata-se da questão relacionada à liberação de uso de sementes do tipo Terminator em nosso plantio.
Como essas sementes são transgênicas e criadas especificamente com a finalidade de morrer no momento da colheita e de serem estéreis, em vez de apenas replantáveis, a comunidade começou a fazer pressão para que a votação sobre essa matéria não passe no Brasil.
O Projeto de Lei 268/2007 tenta, desde sua criação, abrir caminho para acabar com a proibição ao uso da Terminator e, desde então, foram expedidos abaixo-assinados constantes, com média de 20 mil assinaturas cada, de modo a demover o governo brasileiro da possibilidade de rever sua posição.
Segundo ecologistas, o grande perigo do uso da Terminator – para além da possibilidade de contaminação de outras plantas, embora os laboratórios afirmem que seu uso é totalmente seguro – está na tradicional concorrência de mercado entre as mega corporações de alimentos e os pequenos agricultores. Como esses últimos, tradicionalmente, reaproveitam suas sementes para novos plantios, com a Terminator – e sua característica de esterilidade – esses trabalhadores deverão comprar constantemente novos suprimentos de sementes – que, curiosamente, são vendidos pelas mesmas corporações que se interessam em fazer com que seja liberado o uso da semente geneticamente modificada.
Pela delicadeza do fato, esse projeto tem se movimentado com muita cautela, tendo sido apreciado às vésperas do Natal de 2013 – após ter sido paralisada por força dos abaixo-assinados que exigiam que o Brasil respeitasse a moratória imposta pela ONU à semente Terminator – e deveria ter sido votada após o carnaval de 2014, de modo a passar quase despercebida, na Comissão do Poder Judiciário. Deputados pró-Terminator tentam reunir quórum para facilitar a passagem pela Comissão. Caso isso ocorra, é mais provável que o PL seja rejeitado agora do que se prosseguir até a apreciação do Congresso Nacional, onde o lobby da bancada ruralista é mais robusto. Veja aqui a tramitação do PL.
Toda atenção é pouca, haja vista que os interesses que a tecnologia Terminator vingue vêm de empresas do porte de Syngenta, DuPont, BASF e Monsanto – detentoras de diversas patentes ligadas à essa tecnologia de esterilização de sementes. Inclusive, a própria Monsanto se apressou em divulgar uma nota oficial, revelando não ter interesse no uso da Terminator, embora “reconheça ser uma opção de uso seguro para o meio ambiente”.
Entretanto, a discussão está longe de terminar e o abaixo assinado, assine aqui, continua aberto no site change.org. Participe! Você tem alguma opinião formada sobre o assunto? Não deixe de dizer para a gente a sua visão!
Fonte foto: Morgue File
Categorias: Agricultura, Informar-se
Publicado em 11/05/2021 às 5:33 am [+]
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