Carnaval sem glitter! Pois esse brilho é um perigo para todos!


Na hora da folia, ninguém pensa no quanto a festa de carnaval polui o meio ambiente. Por isso, para te ajudar a ser um folião consciente, fizemos esta matéria antes do carnaval. Quem sabe assim, com informação e conscientização, as pessoas consigam pular o carnaval dentro do menor impacto ambiental possível.

O carnaval é a festa do brilho. Mas você sabia que esse brilho proveniente do glitter e da purpurina é feito de plástico, um material que não é biodegradável? E o que você faz para tirar o brilho do corpo: toma banho, certo? O glitter vai para o ralo junto com a água.

Por ser extremamente pequeno, o glitter não é filtrado pelo sistema de tratamento de esgoto, indo para rios e mares.

Como se sabe, o plástico é o maior poluente dos mares e oceanos. O que talvez você não saiba é que o glitter é um “microplástico” por ser uma partícula desse material que mede menos de 5 milímetros. Ele é produzido a partir de placas de PET ou PVC, que são metalizadas com alumínio, e, depois, tingidas com cores diferentes.

Perigo para mares e oceanos

O grande perigo das partículas de microplástico é que podem ser ingeridas pela fauna marinha.

Segundo Trisia Farrelly, da Universidade de Massey (Nova Zelândia), especialista em ecologia urbana:

“Pesquisas recentes dão conta de que microplásticos perturbam o início da cadeia de alimentação aquática, como os plânctons. Também afetam ostras e mexilhões. Os microplásticos ingeridos por esses organismos podem afetar seu crescimento e atrapalhar sua alimentação como um todo – e consequentemente impactar toda a cadeia de alimentação.” Plânctons, por exemplo, são um alimento dos peixes, que, por sua vez, alimentam os humanos”.

Embora não existam estudos específicos sobre o impacto do glitter na natureza, ele entra na conta dos 51 trilhões de partículas nos oceanos e mares, segundo um estudo de 2015 conduzido por pesquisadores do Imperial College London, de Londres, em parceria com especialistas da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Holanda, e outros países.

O diretor do Centro de Águas Urbanas da Universidade de Washington, Joel Baker, diz que não é possível medir o impacto dos microplásticos no oceano, mas já se sabe que eles são um problema.

Prejuízos à saúde

E não é só aos mares e oceanos que o microplástico pode causar danos. Nos últimos anos, microplásticos foram encontrados nas fezes e até nos pulmões de pessoas vivas. Ou seja, estamos comendo, bebendo e respirando microplástico e os efeitos prejudiciais disso ainda são desconhecidos, embora muito se desconfie de alterações hormonais e câncer dada a composição química do plástico.

O que pode ser feito?

Já cientes do problema provocado pelo glitter, algumas empresas começaram a fabricar glitter biodegradável a partir da celulose, metalizada com uma camada de alumínio.

Embora a iniciativa seja importante, ela não resolve o problema, logo devemos nos conscientizar e usar menos o glitter. Claro que o glitter não é o principal poluidor de mares e oceanos, mas ele impulsiona o alerta sobre a poluição das águas, nesta época de carnaval.

Por um carnaval sustentável, a proposta é evitar o uso de fantasias feitas com penas e plumas de animais. Reciclar e reutilizar materiais pelas escolas de samba, ser um turista consciente e não deixar lixo carnavalesco pelas praias, cachoeiras, parques, etc.

E vamos também evitar o uso de glitter para curtir o carnaval com a alma limpa, assim como deve ficar, também, o meio ambiente. O teu brilho vale mais que o glitter. Pense nisso!

Fonte: BBC

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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