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No espírito das festas de São João (genérico para toda festa junina que conhecemos), que tal aprender sobre duas plantas batizadas com o nome desse santo tão querido – a erva-de-são-joão ou mentrasto e o cipó-de-são-joão.
Juntamos essas duas plantas curativas em um só artigo por conta da semelhança dos nomes (de-São-João) e para – mostrando que existem – desconfundir com essa outra que também foi apadrinhada pelo mesmo santo, o hipericão (Hypericum perfuratum) que também lhe chamam erva-de-são-joão mas não ocorre nos nossos campos brasileiros.
O mentrasto, ou erva-de-são-joão é o Ageratum conyzoides, também chamado de catinga-de-bode e camará-opela, catinga-de-borrão, celestina, erva-de-santa-luzia, maria-preta e picão-roxo.
É da família Asteraceae, como o girassol, o crisântemo e até a alface de horta.
Esta plantinha ocorre em Portugal, principalmente na Ilha da Madeira, onde há uma variedade nativa e é muito popular como medicinal nas regiões do Norte e Nordeste do Brasil. Floresce em junho, no nosso clima.
O mentrasto é muito indicado para dores reumáticas e de articulações nas localidades onde a planta é comum. Suas propriedades medicinais reconhecidas são:
Nos problemas reumáticos e articulares pode também ser usado como compressa para além de ser ingerido o seu suco fresco para esta e diversas outras situações de saúde.
Outro uso comum do mentrasto é no tratamento de infecções urinárias pois tem propriedades diuréticas e anti-bacterianas.
Também lhe é reconhecido o uso popular em bronquites, cólicas menstruais, amenorreia, diarreia, disenteria, gripes e resfriados (como febrífugo e catarral).
Na fitoterapia é indicado o uso do suco fresco desta plantinha, bem como o extrato da matéria seca (em cápsulas), para tratar rinite alérgica, sinusite, dor de cabeça, de barriga, regular menstruação e aliviar náuseas, no pós-parto para conter hemorragias e até em casos de beribéri.
O chá do mentrasto, para uso caseiro medicinal, é preparado com as folhas, secas ou frescas, em infusão ou decocto, dependendo da gravidade do problema a ser tratado.
A tintura obtida em decocto também é indicada para compressas em casos de dores reumáticas, articulares ou contusões.
Já o cipó-de-são-joão é uma planta trepadeira, a Pyrostegia venusta, também conhecida popularmente como: flor-de-são-joão, cipó-bela-flor, marquesa-de-belas, cipó-pé-de-lagartixa, cipó-de-lagarto muito usada na ornamentação junina, é nativa nossa, tem propriedades medicinais e também é tóxica.
Suas flores alaranjadas abundam em barrancos e cercas e atrai beija-flores e abelhas com seu néctar.
O cipó-de-são-joão é indicado, popularmente, para tratamento de:
Para estes usos é usado seu chá e tintura, preparados como tônicos e compressas, com alguns cuidados já que suas folhas frescas, quando cruas, são tóxicas para o gado e, portanto, também para os seres humanos.
No vitiligo seu uso é pela aplicação da tintura sobre as áreas despigmentadas em dias alternados.
Como você pode perceber, se não tivermos o cuidado de conhecer os nomes científicos das plantas medicinais, podemos nos confundir e pensar que estamos usando uma em vez de outra.
E mais ainda, se não dermos importância aos estudos científicos que comprovam para que se usa, e como devemos usar as plantas medicinais, também poderemos colocar em risco nossa saúde.
Por esta razão, antes de fazer um chá de uma planta, estude bem que planta é, para que serve e os cuidados que se deve ter no seu uso pois, nós não somos curandeiros de longa experiência, já não estamos tão ligados à terra como eles. Nos dias atuais, a melhor, e talvez única alternativa, é consultar um médico fitoterapeuta.
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